domingo, 20 de julho de 2008

IMPACTOS SÓCIO-ECONÔMICOS NEGATIVOS NA REGIÃO DE BANGU CAUSADOS PELAS REFORMAS URBANAS DOS PERÍODOS CARLOS LACERDA E CHAGAS FREITAS

1 – INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva a análise do espaço geográfico da região da Grande Bangu, após as Reformas Urbanas dos períodos Carlos Lacerda e Chagas Freitas, mostrando através de dados do RDH (Relatório do Desenvolvimento Humano, IDH e ICV), as características da sociedade que o habita e que constrói segundo a forma como ocorreu esta ocupação. Sabendo que o modo de ocupação impacta positiva ou negativamente na região ocupada, é de interesse da Geografia a análise desta ocupação e a proposição de soluções para atenuar este impacto.



2 - A REGIÃO DA GRANDE BANGU

A Região da Grande Bangu, equivalente a área de três bairros, abrangendo os bairros de Bangu (e sub-bairros), Padre Miguel e Senador Camará e está localizada na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, seu desenvolvimento sócio-econômico é da competência e responsabilidade da AP 5 (Área de Planejamento) comum a toda Zona Oeste e da XVIIª RA (Região Administrativa) mais local.
A Região tem bairros com características residenciais e de bairros dormitórios, uma vez que grande parte do contingente populacional daqui, desenvolve atividades em outras áreas da cidade, retornando apenas no fim do dia para suas residência. Vale ressaltar que até a década de cinqüenta, os bairros da região estavam entre os que mais cresciam em população de classe média e no setor econômico, com a Fábrica de Tecidos Bangu se destacando. Este crescimento foi interrompido com a chegada no local de famílias de baixa renda provenientes dos morros da Zona Sul e Central do município.
Em Bangu, nos dias de hoje existem diversos bolsões de miséria e violência que co-habitam com condomínios de classe média, onde ainda há tranqüilidade, mas artificializada por grades e segurança particular. Esta dualidade se deve principalmente à reforma urbana do período dos governos de Carlos Lacerda (1961/1965) e de Chagas Freitas (1971/1975) , todos estes fatores, motivaram o estudo e a pesquisa que resultou neste trabalho.
Desde o início do século XX, o Rio foi marcado pela tentativa de deslocar as mazelas sociais para longe do Centro e das áreas nobres (ALENCAR 1988) , a Reforma Passos e as outras que a sucederam, tiveram como um de seus objetivos deslocar as favelas do centro para as áreas periféricas, hoje são cerca de 40 guetos na Região da Grande Bangu.
Seguindo a política de embelezamento do Centro e Zona Sul, com a retirada de famílias pobres daquelas área, na década de setenta, foram construídos na região de Bangu, os conjuntos habitacionais, para abrigar a população das favelas em volta dos bairros nobres como: São Conrado, Flamengo, Leblon, Copacabana, Gávea, Leme...


3 – RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se comprovar que a Reforma Urbana dos períodos Carlos Lacerda e Chagas Freitas , acarretou na queda da qualidade de vida dos bairros, originando seus principais problemas, como: baixos índices de escolaridade, saneamento, atendimento à saúde, acesso ao mercado de trabalho, salários..., e isso acaba refletindo negativamente no ICV e IDH da região, que passou a apresentar grandes disparidades sub-regionais, com os índices da periferia situando-se bem abaixo da média dos obtidos pelos bairros centrais.
Analisando os índices, será possível verificar a queda na qualidade de vida da região, o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano e o ICV, Índice de Condições de Vida .
As áreas mais abastadas na região são Bangu Sul, Bangu Central e Padre Miguel e as de maior incidência de miséria e criminalidade são: Vila Moretti; Morro do São Bento; Vila Aliança; Vila Kenedy; Selvinha; Catiri; Jardim Bangu; Viegas; Vila Vintém; Sete/Sete; Tibagi; Nova Aliança; Coréia; Sapo; Sarapuí; Taquaral; Coqueiros; Alecrim e Conjunto Dom Jaime Câmara. Vale ressaltar que estes sub-bairros que rebaixam os índices da região são frutos das reformas urbanas, das décadas de sessenta e setenta que reassentaram as populações pobres. Juntamente com suas mazelas para a área pesquisada.



4 – BIBLIOGRAFIA

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