sábado, 9 de abril de 2011

Pior é que não parará só nisso...

Quaisquer semelhanças não serão mais meras coincidências. A Caixa de Pandora foi aberta e temos, todos nós, aqueles que ainda estamos sãos, cuidar para que isso não se repita mais. A realidade imitou a ficção que imita cotidianamente a realidade. Estou começando hoje a me preparar para essa guerra. O nosso país cresceu e as mazelas do Primeiro Mundo chegaram. Isso foi só o começo. Governantes, olhai por nós!

Lamentavelmente no dia sete deste mês do corrente ano, uma tragédia decaiu sobre o bairro de Realengo, onde um desequilibrado invadiu uma escola e executou sumariamente cerca de doze crianças em sua maioria meninas na faixa etária que vai dos doze aos quinze anos.





Esse doente abriu um perigoso precedente. Muitos como ele estão vendo a repercussão do caso e notando a fama dele e a divulgação pela mídia sensacionalista. Aos governantes cabe mudar a maneira como as escolas são geridas. Qualquer um entra e sai das escolas públicas a hora que querem e conduzindo o que querem.

Não consigo imaginar que numa repartição pública onde só tem adulto e papelada, as pessoas não entram a qualquer hora e muitas vezes são revistadas, ou então são submetidos a detectores de metais. Enquanto numa escola, cheio de crianças (NOSSOS FILHOS), qualquer um entra carregando qualquer tipo de coisa.

Trabalho em escola há 12 anos e já fui agredido por um aluno desequilibrado (só que sei me defender e bem), mas já vi muitas professoras serem ameaçadas e apanharem (minha cunhada está afastada pela psiquiatria após apanhar de duas mães e teve o rosto quase desfigurado).Sem contar os assaltos, tráfico de drogas e roubo de carros nas dependências da escola e no seu entorno. Isso tudo acontece porque não temos segurança nenhuma nas escolas.





Até quando a escola será uma espécie de quintal (ou pior latrina) da comunidade.
Esse papo de comunidade ser amiga da escola é bonito só na retórica.
Na maioria das escolas que conheço a escola é vista com desdém e muitas vezes a própria comunidade depreda e os assaltos são comuns, inclusive perpetrados por ex-alunos.

O próprio policial militar, que foi o herói e anjo da guarda dos sobreviventes devido a sua competência em serviço, cantou a pedra para as autoridades quando disse que se tivesse chegado cinco minutos antes teria evitado muitas mortes. Nas entrelinhas ele quis dizer que se tivesse um policial na escola como acontece nos Estados Unidos das Américas fatos desta monta seriam muito difíceis de ocorrer.

Polícia nas escolas, para um país como o nosso que precisa da polícia nas ruas atuando, eu acho exagero, mas por qual motivo os guardas municipais ficam aquartelados ou então na rua batendo em camelô e dando multas pra quem não dá o arrego (já aconteceu comigo)? Poderia colocar dois deles em cada escolas e a ronda escolar passando no entorno para dar o suporte necessário. Além do mais, há uma Lei a ser votada e aprovada que obriga a colocação de detector de metais nas entradas das escolas.





E em relação às medidas sócio-educativas a escola deveria combater as agressões pessoais por motivos fúteis, racistas e sexistas e o preconceito religioso. Mas a dificuldade está no material humano disponível. Somos professores muito mal preparados, com pouco estudo e na maioria das vezes desmotivados.

Numa escola modelo o ideal seria um trabalho de base, de conscientizar as crianças e os jovens sobre evitar a qualquer custo a violência e o bulling. O mais difícil é isso. Quem quer fazer esse trabalho? Quem fará? É interessante pros nosso mandantes? A maioria dos professores são 'profissionais' empenhados em vencer esses desafios? As famílias estão interessadas em ajudar? A sociedade respeita e valoriza seus profissionais da educação?

Repare nos videos se o bulling não é parte integrante da nossa vida, e as vezes até nos divertimos quando acontece com outrém, mas, uma coisa podemos garantir quem sofre não esquece, não recalca direito e isso pode vir a tona mais tarde, como umsurto psicótico ou como uma vingança, como a deste demente que a preferiu como um prato frio, regado a muito sangue inocente, pois as pessoas que fizeram a violência contra ele foram de outra época e estão assistindo a isso tudo longe de suas balas.





A resposta pra todas essas perguntas é uma só: não.

Em uma sociedade em que se paga mais ao policial do que ao professor do ensino básico (e ambos ganham uma miséria), os resultados serão esses.

É a lei da oferta desumanizada e da demanda perversa.

Estou afirmando aqui que isso se repetirá, é bom que a sociedade esteja preparada.

Não sou profeta, mas não sou burro.



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