sexta-feira, 25 de julho de 2008

O Crime Organizado Nacional e Internacional Globalizado, a Maior de Todas as Escolas da Violência

Resumo da Ópera, ou melhor, da Máfia

O que na verdade define a formação de uma máfia é o seu alto grau de envolvimento com o Poder constituído, sua atuação por vezes se confunde com a do próprio governo (municipal, estadual e até mesmo federal), isso quando não estão, mesmo, dentro deste, quer seja infiltrando agentes ou assumindo cargos eletivos, sendo assim considerado como uma entidade criminosa organizada ou crime organizado.

O ramo de atuação da Máfia também é bastante diversificado e globalizado, o que por si só já é extremamente preocupante, por estar espalhado, em tentáculos: tráfico de drogas, prostituição, jogos de azar, extorsão, extermínio, corrupção ativa, roubos, seqüestros, tráfico de armas, financiamento de guerrilhas, etc. fica difícil de apanhar os entes que compõem as famiglias nostras (famílias mafiosas).

Para saber quanto as várias máfias espalhadas pelo mundo faturam, é só ter em vista o PIB da maior economia mundial, os Estados Unidos da América (Produto Interno Bruto que é o total do que um país produz em todos os ramos de atividades: primária, secundária e terciária, ou seja, toda a riqueza produzida por este país). As máfias, arrecadam cerca de dez por cento do PIB do gigante do Norte, hoje o PIB norte americano é de cerca de doze trilhões de dólares, sendo assim as máfias, juntas devem estar arrecadando cerca de um trilhão e duzentos milhões de dólares por ano, sinceramente é dinheiro que não acaba mais!

Como surgiram as máfias?

As máfias são tão antigas quanto o comércio, mas a máfia como conhecemos hoje começou a se formar da seguinte maneira:
- Idade Média => No sul da Itália, pobre e agrário, nascem as máfias ocidentais – Cosa Nostra;
- Japão => Fim do período feudal, samurais expatriados fundam a Yakuza;
- China => Devido ao ópio e heroína, criação das tríades chinesas;
- 1919 – Estados Unidos da América – ‘Lei Seca’=> Proibição que leva ao crime organizado, surge Al Cappone, o ‘Padrinho’;
- século XIX e XX =>Imigrantes chegam a diversos países levando a sua cultura, mas também as máfias;
- Século XX: década de 80 o Moderno Narcotráfico => A caçula e a mais perversas das máfias;
- Fim da Guerra Fria => Máfia russa – formada por contrabandistas que pendulavam entre o território capitalista e o comunista, militares desprezados pelo grande urso, bandidos comuns e espiões da antiga KGB – a mais promissora e perigosa delas, pois pode possuir até mesmo resquícios de armamentos nucleares da antiga URSS.

Roupa suja sempre se lava em casa
A lavagem de dinheiro sujo das máfias

Apesar de tantos paraísos fiscais espalhados pelo mundo, a velha máxima de se lavar roupa suja em casa também serve para o destino que a máfia dá ao seu dinheiro, ‘suado’.

Para disfarçar, não chamar a atenção do fisco, nem da polícia, o dinheiro é pulverizado, dividido em pequenos montantes, sempre menor que dez mil dólares. Esse dinheiro insuspeito é depositado em contas fantasmas, aquelas que o verdadeiro dono não mostra a cara, se utilizando de laranjas, a pessoa que sabendo ou não empresta seu CPF, para que a conta seja aberta e movimentada a vontade pelo mafioso.

É notório o fato de usarem da falta de fiscalização, através de ‘laranjas’ (pessoas usadas para abrir contas e cederem documentos, como testas de ferro), o número de CPFs falsos, ou de gente morta ou de pessoas que por ventura perderam documentos, que ainda não descobertos servem para falsificações às vezes grosseiras. Essa prática ganha proporção imensa em países sem estrutura de informática e com serviço burocrático suscetível a corrupção.

Outro modo de disfarçar o ganho ilícito e ‘esquentar’ o dinheiro da máfia é comprando bens duráveis (carros, motos, lancha, iate, etc.) e investindo no mercado financeiro e imobiliário. Desta vez para não serem pegos pela ganância os mafiosos não compram mais bens caríssimos, nem mansões, restaurantes e casas de shows e ainda sonegavam impostos, o que ‘dava na pinta’. Agora compram casas de classe média e aplicam seu dinheiro nas Bolsas de Valores e em privatizações de empresas estatais e fazem questão de pagar seus impostos para não terem o mesmo destino do maior mafioso de todos os tempos, Al Cappone, que só foi pego pelo FBI, por sonegar impostos.

Produtos made in máfias

Na década de vinte o álcool era o principal produto comercializado ilegalmente pelas máfias de Nova York, Chicago e San Francisco (italianas) e Chinatown (chinesa) nos Estados Unidos, isso se devia, sobretudo, a proibição impetrada pela Lei Seca de 1919, destacaram-se as famiglias, que eram irmandades mafiosas que dominavam bairros e até mesmo cidades inteiras, corrompendo ou elegendo seus representantes.

Mais tarde com a revogação da Lei Seca, era preciso outras substâncias para se vender, começaram a chegar: o ópio (heroína – do sudeste asiático), o LSD (ácido lisérgico), a cocaína e a maconha (da América Central e do Sul), o crack, o ecstasy, entre outras mais.

A DIT (Divisão Internacional do Trabalho) do Crime

Vale lembrar que a mesma lógica da DIT (Divisão internacional do trabalho), que rege a relação Norte rico e importador de matéria prima e Sul pobre e exportador de matéria prima e berço do platation prevalece até mesmo no caso das drogas, pois os países pobres plantam e exportam os narcóticos para os imperialistas, por exemplo: a Colômbia, através dos cartéis de Cali e Medelín, colhe a folha da planta (coca), processa produzindo a pasta de cocaína e refina o pó (agregando valor) e posteriormente exporta para os Estados Unidos e Europa (com escala no Brasil e no México), essa cocaína, que fora plantada no Peru, na própria Colômbia e na Bolívia; a China através da máfia chinesa, e a Rússia com a máfia russa, fazem o mesmo com o ópio e a heroína, que é plantada (a papoula) no começo no ‘Triângulo de Ouro’ (Birmânia, hoje Mianmar, Tailândia e Laos) e agora se assentou mais fortemente no eixo triangular (Novo triângulo de Ouro) entre a Turquia, Afeganistão e Índia que fazem o processo, que vai da colheita até a exportação, parecido com o descrito acima para cocaína, sendo que desta vez com a heroína.

Também vale lembrar, que apesar de tão distantes, todos estes fatos colaboram para a morte de nossos vizinhos aqui na periferia das nossas grandes cidades, veja esses dados do estatístico Paulo Guimarães, do instituto GPP, de São Paulo, comparando as taxas de violência nas grandes cidades, apesar da pesquisa estar desatualizada esses dados continuam fazendo todo sentido nos dias de hoje:

RISCO DA CIDADE GRANDE
Cidades Probabilidade de alguém da família ser morto por tiro – 1 em cada
Recife: 5
Vitória: 6
Rio de Janeiro: 9
Cuiabá: 9
Salvador: 11
Campo Grande: 12
São Paulo: 14
Brasília: 14
Porto Alegre: 16
Belo Horizonte: 20
Curitiba: 25
Fortaleza: 33
Florianópolis: 50

Fonte: Revista Veja/GPP – 2001

A verdadeira unificação, só a dos crimes

Hoje, quando ouvimos falar em unificação das polícias, isso soa familiar, parecendo plágio das idéias do lado oposto do embate. Veja bem, o crime já unificou boa parte de seus setores, inclusive terceirizando serviços e fazendo mega fusões de facções e grupos de diferentes criminalidades – como traficantes, banda podre da polícia, judiciários corruptos, militares comprados e seqüestradores – notamos que até mesmo o jogo do bicho, que outrora não se misturava com os traficantes de drogas e outros criminosos, hoje em dia já reviram seus conceitos e estão mais íntimos.

Tudo começou quando na década de sessenta, misturaram bandidos comuns, aqueles que furtavam, roubavam joalherias e bancos, com os criminosos políticos, alguns destes professores universitários, perseguidos pela ditadura militar, alguns mais, políticos de esquerda moderada e muitos comunistas.
Pois bem, ninguém tinha nada mais a perder e começou-se nos presídios como a antiga Ilha Grande a formar-se uma verdadeira Universidade do Crime, onde analfabetos se tornaram graduados em todo tipo de prática criminosa, lembramo-nos bem de que nesta época quase não se falava em cocaína, pois era a maconha uma grande amiga da malandragem carioca, com tanta gente presa, começou-se a usar o Brasil como rota de passagem da coca para os Estados Unidos. Estes meliantes que traziam a cocaína da Colômbia, para exportá-las acabavam presos e se juntavam aos nossos bandidos tupiniquins, some a isso os outros estrangeiros presos na 'Ilha da Fantasia'. O resultado todos nós já sabemos o crime se organizou em uma facção tremendamente forte a Falange Vermelha, da qual falaremos mais adiante, mais detalhadamente.

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