ENTROPIA: ENTENDENDO A VIOLÊNCIA URBANA - AS GRANDES ESCOLAS DE VIOLÊNCIA

Diferença entre o poder e a violência
Antes de falarmos em violência urbana, seria de todo conveniente que observássemos o que já foi dito por grandes estudiosos do fenômeno, pessoas que não se intimidaram com este tema tão assolador, pessoas que ficam sujeitos a todo tipo de represálias por dizer o que pensam, ou por exporem o resultado de suas pesquisas sobre a entropia de uma cidade grande.
Segundo o professor do Departamento de Geografia da UERJ, Marcelo José Lopes de Souza, em Geografia Conceitos e Tema – Território: “O poder não carece de justificativa, já que seria inerente à existência de qualquer comunidade política, no entanto demanda legitimidade. Já o domínio através da violência pura vem à tona quando o poder está em via de ser perdido. O poder e a violência se opõem: onde um domina de forma absoluta, o outro está ausente.”
Sabendo-se disso, é normal constatar que nada foi criado ao acaso e que para haver uma situação qualquer, tem que haver um aprendizado. Sendo assim, em relação a violência urbana há as escolas e seus diretores (aqueles que a comandam) e professores (os que a multiplicam) da violência e da barbárie.

Governantes desgovernados
O modelo político e econômico (neoliberalismo) que nossos representantes escolheram para gerir o nosso país de acordo com o Consenso de Washington, é inadequado ao nosso ideal positivista (de Augusto Comte, a saber: amor, ordem e progresso), indo de encontro aos ideais marxistas, como também aos iluministas, e pior ainda agredindo de forma inaceitável aos ideais humanistas, pois a muito o homem deixou de ser a medida para todas as coisas, tendo agora um preço (que por sinal está bastante barato).
Pelo modo mesquinho que conduzem a nação (sem querer ser anarquista), os nossos governantes, são diretores e professores na escola de violência e produtores de espécies subumanas, como as pessoas definhadas, esquálidas e sem esperança de dias melhores, que vivem de lixo (material e cultural), em contraste com o luxo que esses pedagogos da violência ostentam.
A falta de investimento no material humano e em infra-estrutura, principalmente em determinados setores tidos por cruciais, como é o caso do combate a fome, da educação, do saneamento, da segurança e da saúde pública, tem mostrado que o modelo de gerenciamento vigente só serve aos interesses de uma minoria oligárquica e aos interesses externos, dos países do Norte e das suas empresas transnacionais e entidades financeiras e de previdências privadas, que estão apenas interessados em aplicar aqui seus capitais especulativos atraídas principalmente pelos juros altos e pela mão-de-obra barata, pouco exigente e desqualificada do brasileiro, que junto com seus sindicatos ineficientes formam um verdadeiro curral de rebanho de carne para abate, para os fazendeiros yanques e europeus capitalistas.

Concluindo
Os nossos governantes são em primeira instância os maiores disseminadores da violência, em especial da violência urbana.