domingo, 27 de julho de 2008

A Geopolítica da Produção e Utilização das Armas 1

Numa mão o ramo de oliveira, na outra... Armas?

Esta frase, dita pelo líder da OLP – Organização para a Libertação da Palestina – Yasser Arafat, e que na integra é bem assim: “...Numa mão o ramo de oliveira e na outra a arma, para proteger o ramo de oliveira...”, revela um cinismo sem tamanho e sem precedentes na história da humanidade, nem mesmo Adolf Hitler foi capaz de usar tão mal as palavras. Isso leva a crer que as armas servem para garantir a paz, e todos sabemos que é muito pelo contrário, se não houvesse armas envolvidas em contendas, o número de assassinatos seria bem menor, isso sem contar os acidentes domésticos.

É como se vivêssemos num mundo de amputados, não se usa mais os punhos para resolver os embates, como antigamente, qualquer discussão de trânsito vira tragédia por causa da maldita arma de fogo. Não que gostaríamos que houvesse mais lutas na mão, mas convenhamos, essa é uma forma de liberar adrenalina sem tantas mortes. Sabemos que é impossível transformar todos os seres humanos em Gandhis, por isso é bem melhor que os combates sejam como antigamente.

A indústria de armas vem andando na contramão há muito tempo, não vivemos mais em um mundo tão beligerante, principalmente quando falamos da realidade pós Guerra Fria, então para que fabricar tanta arma? A razão de tanta arma no mundo é na verdade para manter as grandes indústrias bélicas dos países do Norte (as armas são fabricadas em países desenvolvidos para serem usadas nos periféricos), que no ínterim entre uma guerra e outra descarrega suas artilharias e munições nas guerras e guerrilhas urbanas, mais precisamente nas mãos dos narcotraficantes e terroristas pelo mundo afora.

Outra falácia é que precisamos de armas para a segurança pública e pessoal. Ora, sem querer dar uma de ingênuo, as armas não garantem a segurança de ninguém, em países onde os policiais andam quase totalmente desarmados, a criminalidade é insipiente. Em contrapartida, em países como o Brasil, onde até criança porta armas, notamos a quantidade gritante de crimes, os mais diversos possíveis.

Tudo é uma questão de matemática financeira, quanto mais armas são fabricadas, mais se vende e mais se fatura. Da mesma forma que ninguém se dá conta que quem ganha com isso é sempre o mesmo grupo, os que lucram com a venda de armas, os que fazem fortunas com o narcotráfico e os que arrecadam com os jogos clandestinos. Se fosse liberado o jogo, e se usasse outras estratégias de asfixia e inteligência contra o comércio de drogas, muitas dessas armas deixariam de ser encomendadas por ‘barões do pó’ e ‘reis do bicho’. É um problema principalmente de terceiro mundo, dominado por religiões controversas que numa hora fazem vistas grossas para as armas, para o homossexualismo na Igreja, para o ganho fácil de seus ‘diretores’, etc... Mas batem forte quando o assunto é descriminalizar drogas e liberar os jogos, o aborto e o controle de natalidade.

É realmente um mundo difícil de viver esse nosso, chegamos a ficar, deveras, desanimado em tentar resolver, ou sequer entender os processos que movimentam a violência urbana e principalmente nas periferias. O pior de tudo é saber que o resultado de uma pesquisa mostra que boa parte da população não se incomoda com a continuidade da venda de armas, apesar de que essa pesquisa foi feita pela Taurus, que fabrica armas. Sendo assim, por pretendermos a insuspeita, não perderemos tempo analisando tal informação.

Ora, quem compra um forno de microondas, pretende na verdade tirar o máximo proveito da aquisição, mesmo que depois descubra que ela sirva, na maioria das vezes, apenas para esquentar água. Então, quem irá comprar algo que não vá utilizar até exaustão, em pleno mundo capitalista do use, use e jogue fora? Pensando dessa forma, ninguém comprará um revólver para deixá-lo trancado num cofre, não é lógico, para não usar é melhor nem gastar o suado dinheiro, a não ser que esse dinheiro não seja suado.

Então, quem compra arma, já é criminoso em potencial ou intencional, deveria ser penalizado, pela intenção ou pela propensão de matar alguém... Se mandamos muitas vezes para trás das grades, o pobre coitado que rouba uma fralda ou um pacote de leite longa vida, ou então quem comete algum crimezinho de menor importância como fumar maconha e crack ou cheirar cocaína, por se tratar da intenção de cometer algum crime, pois julgamos que o sujeito que usa droga, a usa para tomar coragem para fazer atos ilícitos, então, o comprador das ‘muletas que atiram’, deveriam ter tratamento parecido. Por que não? Aquele que compra uma arma na verdade está realmente querendo atirar em alguém, ou pagará uma pequena fortuna em uma coisa que não será jamais utilizada? Só alguém muito tolo não concordaria com essa conclusão.

E sei que você leitor não é tolo.

Contextualizando

A Geopolítica nos mostra que, a produção de armas pelos países do Primeiro Mundo tem efeito sentido principalmente no nosso cotidiano de país em desenvolvimento, se você parar para pensar, chegará a conclusão de que as armas que os americanos, suíços, alemães e russos fabricam, não matam seus compatriotas, elas servem para matar os nossos compatriotas, o nosso vizinho e nossos pais, mães, irmãos e filhos.

Nenhum comentário:

MSN

Indicador de Status
Powered By Blogger

ESTATÍSTICA