domingo, 10 de agosto de 2008

CIDADES NADA HABITÁVEIS 2

O Trânsito que não Justifica o Nome (Transitar)

Os engarrafamentos são o fator que mais trava o desenvolvimento de algumas das atividades econômicas, culturais e sociais nessas cidades.

Economicamente são gastos milhões de litros de combustível anualmente quando os motores dos carros nas cidades ficam ligados enquanto o impaciente motorista ainda acelera sem sair do lugar; também há prejuízo quando o trabalhador não chega ao seu local de trabalho ou se atrasa; para o estado o prejuízo é imensurável, pois devido a poluição e em algumas cidades associada ao fenômeno da inversão térmica (onde os poluentes ficam próximos do solo e são respirados) os hospitais ficam abarrotados de gente com problemas respiratórios, além disso há a conservação das vias que consome muitos milhões de reais dos bolsos do Estado. Uma solução possível seria a criação de pólos econômicos como mini-indústrias e comércios e a instalação de shoppings centers e mercados populares.

Culturalmente, em todos os sentidos da palavra cultura, afirmamos que a maioria das pessoas deixam de ter o mínimo de aceso à produções culturais (mesmo as gratuitas ou a preços acessíveis) devido a distância dos locais onde estas ocorrem, muito desse impedimento se deve aos constantes engarrafamentos e congestionamentos quase intransponíveis que acometem as cidades. Uma solução possível seria o desenvolvimento de micro-atividades culturais nos bairros mais afastados e nas periferias urbanas, como cinemas e teatros populares e desenvolvimento de agremiações locais com subsídios do município.

Socialmente o trânsito afasta as pessoas da convivência, o egoísmo é comum basta observar o interior da maioria dos carros, nós veremos sempre uma ou duas pessoas onde caberia pelo menos quatro, e em contrapartida nos coletivos um amontoado de gente que em pouco, ou em nada se socializa. Além do mais, há ai um claro apartaid social, onde os ricos e os remediados em seus veículos confortáveis ou luxuosos e a grande massa de excluídos ou de periféricos das classes médias C e D se acotovelando na demarcação de território no interior dos ônibus. Pelo menos há uma justiça nesse mundo, ambos estão literalmente parados na mesma localização independente da classe social, travados pelo trânsito, que não transita de jeito nenhum. Uma possível solução seria investir em transporte de massa como o metrô e os VLTs e em segurança ao longo das vias (esqueçam pelo amor de Deus essa idéia de invadir as favelas), que aproximariam as classes médias C e D, e dos pobres da classe média B e talvez da A, pois devido à melhoria nas condições dos transportes os mais ricos logicamente deixariam os carros em casa.

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