O PODER PARALELO E A SUA INFLUÊNCIA NO MODELADO URBANO
Os atores que de coadjuvantes passaram a ter um papel principal no ordenamento urbano, indiretamente e oficiosamente, foram os poderes paralelos, ou as forças da ilegalidade que costumamos nos deparar no cotidiano. Os camelôs, os transportes piratas, os seguranças undergrounds, as milícias e os narcotraficantes.
Esses grupos interagem com os demais personagens dessa grande peça coletiva que é o ordenamento urbano, fazendo prevalecer suas leis sobre as do Estado legalmente instituído, como no caso do camelô que não contribui com impostos e sabota as tentativas de sobrevivência das lojas legais; do serviço de transporte ilegal que além de atrapalhar a vida das empresas oficiais (apesar de muitas serem tão mequetrefes quantos os ilegais) e além de contribuir com o caos no trânsito; nem precisamos falar aqui do prejuízo que nos causam no dia-a-dia as milícias e o narcotráfico.
Esses grupos só existem e atuam onde não deveriam estar, devido ao hiato deixado pelo Estado, que invariavelmente se furta de cumprir seus deveres constitucionais. Quando se nega a dar educação, saúde, emprego e segurança para seus cidadãos, essa lacuna é preenchida pelos agentes do caos e da desordem.
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