quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A VIDA DE PREFEITO NO RIO DE JANEIRO É MUITO DURA, ISSO SE ELE FOR SÉRIO, É CLARO!

A NADA BOA VIDA DE PREFEITO

A vida do prefeito Eduardo Paes está sendo difícil. Mas não tenho dó do nosso prefeito, pois ele sabia bem do buraco em que estava prestes a adentrar. Por isso que também nutro por ele bastante admiração, principalmente pelo esforço que vem tentando demonstrar.

Essa cidade virou um verdadeiro barril de pólvora. Todo tipo de delito já vem sendo cometido por estas bandas desde a sua inauguração. Sendo que de dez anos para cá a coisa ficou realmente muito feia, a ponto de nos tornarmos reféns dos infratores, o que afeta o nosso direito primordial de ir e vir.

Lembro, às vezes com saudosismo, do tempo em que podíamos dormir de janelas abertas, ou então nas calçadas dos bairros da Zona Oeste, e olha que não estou falando de mendigos, pois estes preferem lugares mais nobres para dormir na sarjeta, como por exemplo, Copacabana e Ipanema. Refiro-me ao tempo em que ainda não havia as ‘reformas’ Chagas e Lacerda que deu um aspecto de faroeste, aos antes bucólicos bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro ao realocar as populações faveladas dos bairros centrais e da Zona Sul.

Lá se vão os tempos em que podíamos dormir simplesmente. Os problemas urbanos se alastram numa velocidade de concorde, são tantos rebuliços, que fica difícil de colocá-los todos nessas poucas linhas. Por isso iremos nos ater apenas a alguns dos entreveros mais visíveis, para tal separemos um tripé de situações em que provavelmente nos decepcionaremos com a administração municipal e estadual.

A primeira face da tríade problemática é a questão da ordem urbana, que é, em minha opinião, e na da maioria dos especialistas, a mais urgente, pois passa pela segurança pública que está sucateada e inoperante, vide o caso das milícias e do narcotráfico que são insolúveis até o momento. Em nenhuma cidade do Primeiro Mundo que seja capital regional ou de província você nota uma desordem tão grande como a que encontramos por aqui. Isso passa por outros problemas menores, porém não menos preocupantes.

A começar pelo loteamento do espaço público pela divisão territorial desses lotes segundo interesses escusos. Agora, sabemos que isso não aconteceria sem que houvesse a conivência e a convivência do poder público com esses agentes da desordem. Como o prefeito irá solucionar o fato de vivermos ainda numa sociedade feudal em pleno século XXI é algo que foge ao meu entendimento, pois como fez diversas associações políticas para se eleger, deverá ter dificuldade em contrariar alguns interesses.

A questão da saúde, que caminha cambaleante via combate a dengue ineficaz (boa parte disso a prefeitura está isenta, pois passa pelo comprometimento da população com o projeto, o que sabemos que não acontece apesar de toda propaganda) e a reestruturação dos hospitais caóticos das redes municipais e estaduais, neste caso em especial a prefeitura tem um abacaxi imenso para descascar devido a leniência com que fora tratada a saúde em governos passados. Aí, mais uma vez haverá a influência do toma lá dá cá eleitoral, pois entes muito ligados à área de saúde cooperaram para a vitória de Paes.

A última entidade dessa triangulação é a educação. O sistema educacional, por incrível que possa parecer, é um dos pontos que menos trarão problemas para o futuro prefeito, pois com algumas atitudes simples (mais de falar do que de fazer), já terá efeito bastante abrangente psicologicamente. Digo isso porque os alunos querem apenas merenda de razoável qualidade e o básico, enquanto que os responsáveis querem apenas manter os alunos em lugar seguro onde possam: comer, beber, recrear e se possível aprender alguma coisa. Aqui, até a politicagem pega mais leve, pois há muito tempo são as mesmas figurinhas repetidas, e o aporte de recursos indiretos é bem menor do que os investimentos que recebem as áreas de saúde e de segurança (planos de saúde, seguros, compra de materiais e equipamentos, etc).

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