ROOSEVELT UM ESPELHO PERFEITO PARA O PRESENTE
Imagine assumir o maior país (militar e economicamente) do mundo em meio a maior crise já vivida desde que se tornou a superpotência. Esse é o desafio que Obama tem pela frente. Situação incomparável até mesmo com aquela que Roosevelt encontrou ao assumir o governo americano na década de 1930.
Explico: nos idos anos trinta, os Estados Unidos ainda não eram a potencia que conhecemos hoje, onipresente e onipotente. Isso só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, quando passou a ser o grande credor do mundo (na Primeira Guerra começava a alavancagem mundial dos ianques). Como grande vencedor da guerra, eles conseguiram chegar até a década de 1980 como o lado bom da bipolaridade, sendo o propagandista da ‘liberdade e da paz’.
Hoje, eles só vêem pelo retrovisor a China, que se aproxima rápido, porém atabalhoadamente. Pois é impossível competir em pé de igualdade com um país que além da força militar-econômica tem a seu favor a força da liberdade de expressão em todos os meios de comunicação, fato este que não ocorre com os amarelos.
A situação de Obama é delicada por tudo isso. Ele terá que garantir essa liberdade e o poder de compra do cidadão americano. Esses símbolos desta pátria são aparentemente indeléveis e imexíveis. Obama tem que ser perfeito, ser o anticrise e não o anticristo. Se conseguir trazer de volta o businnes boom será comparado à Roosevelt, porém se não for suficientemente competente (uma espécie Bush negro) entrará para a história religiosa daquele país como o anticristo que afundou ainda mais o país na crise (isso mesmo, ninguém lembrará que a crise não fora sua culpa).
Não conheço ninguém mais preparado para o desafio do que Obama, apostava antes dos movimentos pré-eleitorais na senadora Hilary Clinton como a presidente daquele país, depois de conhecer a história fantástica deste símbolo do que os americanos podem produzir de melhor me convenci de que Obama é o cara, é perfeito pra tirar os Estados Unidos e conseqüentemente o mundo do buraco.
Por todos os avanços que o marido da Hilary (Bill) havia conseguido em termos de conversações com o Oriente Médio (muito), América Latina (razoável) e África (pelo menos lembrou que existe), eu fico otimista quando vejo que Obama e Hilary brigavam de mentirinha na campanha e que agora estão de mãos e braços dados. O povo americano (as empresas principalmente) não é tão burro como pensamos, eles apostam sempre certo, segundo seus interesses.
Quando colocaram Bush lá, eles queriam petróleo para matar a sede, hoje sabem que não precisarão lutar por mais petróleo, pois os preços estão em descendente e a procura estável. Mas outro fantasma está assolando seu estilo de vida, e também o mundo (que precisa da manutenção desse estilo de vida americano). Quando o padrão de consumo americano cai, derruba a todos. Todos os países são vendedores de algo (desde commodities até cérebros) e tem relação passiva com os Estados Unidos, portanto se este cai leva todos esses consigo.
Só tenho uma ressalva a fazer em relação ao futuro governo Obama: será que ele terá coragem de acabar com o vergonhoso embargo econômico imposto à Cuba, o que espero dele no seu segundo mandato, após debelar a crise econômica e apaziguar os ânimos no Oriente Médio. Aí sim, retiraremos as barreiras que nos impedem de ver esse cidadão exemplar norte-americano sem a desconfiança de ser ele apenas mais um presidente que só olhou para o próprio umbigo.
Os Estados Unidos precisavam de alguém que em 1933 os retirasse da crise econômica e da comoção social, Roosevelt foi esse homem. Hoje é o mundo que tem as mesmas aflições, será Obama este homem?
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