sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O UFANISMO BRASILEIRO: A RESPOSTA 3

RESPONDENDO AO UFANISMO DE UM BRASILEIRO QUE SE PASSOU POR HOLANDÊS E QUE ESCREVEU TANTA BOBAGEM!

No auge da viagem na maionese, a escritora holandesa enumera nossas qualidades que só agradam aos estrangeiros, e se fizermos um exercício de hermenêutica notaremos as mensagens subliminares embutidas em suas afirmações e para terminar de maneira ridiculamente irônica ela faz uma oraçãozinha à moda Ave Maria, só para nos sacanear ainda mais. Vamos aos tópicos:

“Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?”

Porque o Brasil é realmente uma madrasta e não uma mãe gentil como diz o nosso hino nacional. Pois aqui os direitos humanos são para os bandidos, porque o resto do povo não é humano é sub-raça. Que presidiário come melhor que pais de família. Que o Estado paga mil reais para manter um preso e paga R$ 415,00 para um trabalhador honesto. Que aqui tem mãe que bota filho na sacola de supermercado e descarta em qualquer lugar como se fosse lixo. Que político por aqui só vê o próprio umbigo. Que aqui é cada um por si e dane-se o resto. Acho que já chega, não é?

“1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?”

Pode até ser que o Brasil edita mais livros que muitos países do Primeiro Mundo, mas isso não afeta em nada a falta de cultura do brasileiro, nós somos uns dos povos os que menos lêem no mundo. Muito disso pela influência africana (que tem preguiça de ler) e indígena (que não tinham nem escrita). Devo salientar que no Brasil escrever um livro é para poucos e editá-lo é quase impossível devido a burocracia, ao poder econômico e ao ‘apadrinhamento’.

“2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?”

É sim, nossos banqueiros são tops de linha. São os que cobram os juros mais escorchantes do mundo. Sendo que até por tossir dentro dos bancos você é sobretaxado. Tem um ditado de minha autoria que é o seguinte: ‘para matar um banqueiro atire no bolso primeiro e na cabeça depois’. Porque se atirar no coração ele não morre, pois banqueiro brasileiro não possui esse órgão. Sinceramente esse dado citado pela nossa querida ‘escritora holandesa’ é ridículo e devia ser motivo de vergonha e não de orgulho.

“3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?”

Nesse quesito eu concordo plenamente, sou um fã incondicional do Woshington Olivetto, que só tem um defeito, ser corinthiano. E as nossas agências de publicidade são as melhores do mundo. Mas não se esqueçam de que o Duda Mendonça é um dos marketeiros, e é brasileiro.

“4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?”

No Brasil o empreendedorismo não é vocacional, é devido a falta de empregos formais, o que faz as pessoas terem que se virar e inventar seus próprios meios de vida. Porém, o fato é positivo, pois é a dificuldade que faz o monge. E como somos muito otários, as ONGs que vocês do Primeiro Mundo criam, vem aqui e se aproveitam da nossa boa vontade e trocam o nosso trabalho voluntário por muito lucro (isso sem falar das ONGs que só vêm para cá afim de biopirataria, compra de terras na Amazônia, prostituição, escravidão moderna, rede de pedofilia, etc.). Sei que existe muita ONG do bem por aí, mas boa parte é composta de picareta (estrangeiros e brasileiros).

“5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?”

Considero o Brasil uma democracia incompleta, pois se você é obrigado a votar deixou de lado um dos direitos básicos que é o de se negar a participar de algo em que haja discordância. Se você não simpatizar com nenhum candidato de um pleito tem que votar assim mesmo, isso não é nada democrático. Também não considero as demais democracias como a dos Estados Unidos, índia, etc. como completas. Pois lá como cá ainda faltam alguns ajustes, sendo que na índia nem todos tem os mesmos direitos nos sufrágios.

“6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?”

Isso deve ser piada, quando os políticos brasileiros punem alguém que não seja do povo, é porque essa pessoa não participa das falcatruas ou faz parte de algum grupo político inimigo. No mais, o que os nossos congressistas gostam de fazer é criar cargos para os amiguinhos, aumentar seus próprios salários, protegerem-se mutuamente, e coisas desse tipo.

“7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?”

Isso só mostra o quanto somos idiotas, e os estrangeiros também. O italiano que foi socorrer o pai que fora assaltado e acabou sendo atropelado por um ônibus na Zona Sul deve ter aproveitado muito da nossa hospitalidade. Os portugueses, franceses e alemães também, que foram assaltados, espancados, achacados por policiais, etc. também devem estar fazendo uma bela propaganda do nosso país. Quando tentamos falar suas línguas é por que queremos vender um monte de badulaque para vocês e nossos gestos são para que vocês confirmem aquilo que sempre acharam: que somos macaquinhos de imitação (não hermanos?).

“8. Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.”

Deve ser muito ruim ser holandês e não ter motivo nenhum para rir, porque lá vocês não têm mazelas, não é? Ah, deve ser por isso que vocês europeus são duros na cintura e não sabem rebolar e sambar como nós brasileiros, porque na Europa não há motivo para ter desgosto.

“É! O Brasil é um país abençoado de fato.”

Também acho, a natureza foi condescendente conosco, porém os colonizadores não. O povo daqui não é como vocês europeus, que fazem as coisas pensando no coletivo e por aí vocês sabem bem o significado da palavra comunidade, que aqui é sinônimo só de favela.

“Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.”

Na Holanda vocês nunca devem ter ouvido falar de preconceito velado. Pois aqui ninguém tem coragem de admitir, mas essa tolerância toda que é aventada aos quatros cantos é só da boca para fora.

“Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.”

Ela diz isso porque não tem que aturar as piadas a respeito das diferenças físicas, dos sotaques e os preconceitos que sofrem os nordestinos, nortistas e sulistas que por ventura vieram para o Sudeste (que é uma espécie de Europinha, com o carioca que se acha francês, o paulista que se diz norte americano e italiano em miniatura e o mineiro que se acha um enclave dos Estados Unidos).

“Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.”

Nós não podemos, infelizmente, escolher o clima. Em particular, eu odeio o calor insuportável do Rio de Janeiro. Para quem está com a vida ganha até que é bom um forno para se tostar e uma areia para se empanar, mas para a maioria dos mortais brasileiros esse sol de rachar mais atrapalha do que ajuda. Se nós temos verões que dão uma cor, temos enxurradas por causa desse clima monção. Nada é perfeito.

“Bendita seja, querida pátria chamada Brasil!”

Definitivamente esse texto foi escrito por um brasileiro que gostaria de transformar o Brasil em um ‘Estados Unidos da América do Sul’. E isso é coisa de paulista (já se acham a Califórnia brasileira). Esse ufanismo que beira o ridículo não é comum ao europeu, excetuando o francês. Como plagiou a oração ‘Ave Maria’, deve ser católico praticante. Nada contra paulista e católico, mas por que se esconder debaixo de um disfarce para elogiar o nosso país.

O Brasil é uma porcaria, mas sejamos sinceros: nós adoramos isso aqui!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O UFANISMO BRASILEIRO: A RESPOSTA 2

RESPONDENDO AO UFANISMO DE UM BRASILEIRO QUE SE PASSOU POR HOLANDÊS E QUE ESCREVEU TANTA BOBAGEM!

Continuando a análise do texto vamos aos dados do Instituto Antropos Consulting, citado pela autora do artigo. Lembrando sempre que com quase toda a certeza essa autora é holandesa de araque e não da Holanda e nem do Iraque (sem trocadilho).

Do mesmo modo como os portugueses fizeram com Tiradentes, vamos por partes, pedaço por pedaço.

“1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial”.

Ela é uma das poucas que crêem nesse tipo de informação. Recentemente a revista Superinteressante mostrou números que mostram o avanço da AIDS por aqui, principalmente entre os jovens até 20 anos (pelo destemor característico dessa idade) e os idosos (devido ao avanço nos remédios para disfunção erétil do tipo Viagra, levitra e cialis). Na verdade um dos países que estão despontando no combate às doenças relacionadas ao sexo é justamente a Holanda, lá as prostitutas ficam expostas em vitrines numa rua específica para a prostituição, porém, elas não aceitam de maneira alguma relações sexuais com exposição ao risco. Além disso, o serviço médico por lá é invejável, sendo que o aspecto principal da saúde pública é baseado na informação e na prevenção.

“2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma”.

Ora, há duas formas de perceber a informação acima. A primeira é no caso dela se referir ao hemisfério sul geográfico. Aí além do Brasil temos África do Sul, Austrália e Nova Zelândia como países de economia bastante diversificada, industrialização de ponta e investimentos sociais notáveis.

Porém se ela se refere ao hemisfério sul geopolítico, exclui-se da equação os dois últimos países (Austrália e Nova Zelândia, porque apesar de se encontrarem no hemisfério sul geográfico tem mais semelhança com os países desenvolvidos que são maioria no hemisfério norte). Neste caso a coisa piora bastante, pois ficamos somente com a África do Sul como companheira de desenvolvimento.

Sendo a áfrica do Sul, ainda um país em reconstrução após décadas de apartaid e que convive com graves diferenças raciais e sociais. Então não é lá grande coisa participar do Projeto Genoma Humano, ainda mais porque por aqui a igreja católica tem conseguido bloquear diversos avanços na área. Ou seja, é um dado interessante, mas ainda é muito pouco para o potencial que temos.

“3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária”.

Nesta hora pensei que a autora que se diz holandesa fosse na verdade carioca, mas vejo que esse fato é um dos que mais procedem. Por incrível que pareça, o carioca é o mais solidário entre os citadinos que vivem em metrópoles, mas isso se dilui quando o Rio de Janeiro é comparado com outros municípios com menos de quinhentos mil habitantes.

“4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo”.

Já comentei sobre estes dados eleitorais, e reafirmo, os nossos políticos fraudam até votação eletrônica. Realmente os Estados Unidos conseguem piorar ainda mais o que já é complicado. Suas eleições parecem uma mistura de drama com comédia, só perde pras nossas no quesito ação, pois lá não tem quase o voto no cacete, muito comum por aqui.

“5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina”.

Nossa! Isso é realmente algo muito motivador, se somos 40% dos internautas na América Latina devemos ser uns 0,5% no mercado mundial? Por que o grosso dos acessos à internet é repartido entre: Europa Ocidental (zona do euro), América do Norte e Ásia (principalmente o Japão). Lembre-se que os países mais fortes da América Latina (ou latrina) são: México (que se diz América do Norte, por causa do NAFTA), Argentina, Venezuela (do Chaves) e Brasil. Então, não fique todo se achando por conta dessa informação.

“6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma”.

Outra informação da qual não devemos nos orgulhar, apesar de gerarem empregos diretos e indiretos, nenhuma das montadoras de veículos pertencem ao povo brasileiro, o que significa que em tempos de crises haverá debandada dos investimentos ou fechamento das fábricas, ou no menor dos prejuízos demissões em massa. Os países vizinhos aos quais se refere a autora são os mesmos da citação acima, o que não nos orgulha muito sermos melhores do que eles, porque na maioria são países muito pobres ou até miseráveis.

“7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando”.

Se as escolas daqui fossem iguais às da Holanda esses números seriam algo impressionantes e conotariam uma excelência. Porém, nossas escolas são sucatas e nossos professores são mal formados e ganham salários miseráveis, beirando quase ao atestado de pobreza. Deve-se ressaltar que a maioria das crianças que vão para a escola no Brasil é para encher a barriga, porque em casa a maioria não tem o que comer. Esses dados me lembram a estimativa recente que fiz da quantidade de pessoas locais que (do bairro de Padre Miguel) pararam para comemorar o feriado da Consciência Negra, a adesão da população miguelense era de aproximadamente 95%, mas todos estavam no fundo interessados na feijoada do Zumbi, sendo que a maioria nem sequer sabia de que feriado se tratava.

“8 e 9. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas”.

Ora, também somos campeões em reclamação no PROCON, devido ao péssimo serviço prestado e nesse caso aqui o ditado que vale para gente é o oposto do que vale para os hispânicos que dizem “menos és más!”, o nosso seria mais é menos, pois temos muitas empresas de telefonia celular e modelos de telefones quase de ponta (o I-Phone ainda é utopia por aqui) e isso não necessariamente significou um serviço no mínimo aceitável. No que tange aos serviços de telefonia fixa, aqui o que temos é piada de mau gosto, ainda é cobrada assinatura, coisa extinta em quase todos os países, principalmente nos de Primeiro Mundo, onde serviço de telefonia, luz, água e esgoto, são considerados serviços essenciais.

“10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina”.

Outra vez o engana trouxa, comparar o Brasil aos cambetas México (escabelo dos Estados Unidos) e Argentina (vocês lembram que o país praticamente faliu e deu cano no FMI?) é brincadeira de criança. Quero saber à quantas andam nestes quesitos os países em desenvolvimento como a Coréia do Sul, China, Índia, Rússia, etc. Quando estivermos melhor que estes eu ficarei satisfeito, pois não será mais do que nossa obrigação ultrapassá-los.

“11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos”.

De fato temos uma indústria de aviação moderníssima e competitiva (quem não se lembra do embate com a canadense Bombardier, que quase nos bombardeou de raiva de perder o mercado), porém esses jatos e helicópteros servem às populações que são sempre as privilegiadas no Brasil, não é por acaso que detém 80% da renda nacional e são a minoria da população. Mais uma vez, não fique feliz com esses dados.

No próximo post comentaremos com bastante humor as explanações ufanistas da escritora holandesa, nos conclamando ao patriotismo infundado.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O UFANISMO BRASILEIRO: A RESPOSTA

RESPONDENDO AO UFANISMO DE UM BRASILEIRO QUE SE PASSOU POR HOLANDÊS E QUE ESCREVEU TANTA BOBAGEM!

Façamos como o Jack (não o Bauer do seriado 24hs da FOX-TV e sim o estripador da sombria e insalubre Londres pré-industrial) e vamos analisar o texto do post anterior por partes.

Primeiro de tudo é fácil notar que não foi nenhuma holandesa que escreveu o texto, devido ao estilo textual que parece o estilo usado por paulistas e baianos (não conto como descubro isso, de jeito nenhum, mas paulistas e baianos têm umas quimeras e ufanismos fáceis de identificar em seus textos), além do mais, o povo holandês está se lixando para o Brasil, e quando os europeus, americanos e asiáticos se lembram da gente é só pelo turismo (principalmente o sexual) e pela abundancia das drogas que podem experimentar de maneira ilícita, uma vez que em alguns países algumas são legais e amplamente consumidas em coffes e pubs.

PERCEPÇÃO ACERTADA DO BRASILEIRO

“Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos”.

O brasileiro não acha que o mundo todo presta, achamos que os países que promovem o wellfare state (estado de bem-estar social) prestam. Porque simplesmente devolvem ao cidadão em forma de bons serviços o que é pago com caríssimos impostos, que beiram aos 40%, 50% do PIB per capta. Também não somos tão alienados assim, ao ponto de não diferenciar o que temos de positivo, e valorizar, e o que temos de negativo, e criticar.

Porém, devemos agir sempre sem o ufanismo exagerado, típico do povo norte-americano, pois sabemos das mazelas que assolam o nosso país, também reconhecemos que entre todos os países, o nosso é o que tem o maior potencial para crescimento em todos os setores, desde o econômico até o político-social.

“Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado”.

Ora, essa é uma afirmação ridícula, não se deve avaliar o serviço telefônico de um país pela quantidade de operadoras e sim pela qualidade de seu serviço prestado, veja o nosso exemplo aqui no Rio de Janeiro, temos uma super-telefônica a Oi-Telemar que monopoliza o serviço e é uma porcaria, campeã de reclamação no Procon; e a tímida Embratel, recém inserida e que ainda é uma incógnita. Além disso, temos várias companhias na área das telefonias móveis (celulares) que são, deveras, pilantras ao extremo, cobram preços abusivos e prestam serviço de quinta categoria. Sem falar nos serviços de internet banda larga (larga e lenta), que chegam a ser acintosos.

Na Holanda da escritora fictícia, pode até haver somente uma operadora de telefonia fixa (que eu saiba existem: Dutchtone, Hoofddirectie Telecommunicatie em Post, Enertel, KPN Qwest, Libertel, OPTA: Onafhankelijke Post em Telecomm, Autoriteit Unisource, VECAI, etc.), mas o serviço lá é extremamente eficiente, sem falar que banda larga lá é de verdade e a velocidade é a real e não ‘nominal’ como por aqui. Além disso, o serviço de VOIP (voz por Internet Protocol), serviço telefônico pelo computador funciona bem (a escritora deve ser do século XIX, por isso não conhece esse serviço). E a telefonia celular é algo assustador para o nosso padrão tupiniquim.

Em relação ao sistema eleitoral, lá demora para contar os votos, mas depois o resultado é confiável e não tem voto do cabresto, como é comum por aqui, onde conseguem a proeza de fraudar eleições eletrônicas e ainda se troca voto por um prato de comida. Eu sinceramente prefiro a tartaruga eleitoral holandesa a nossa lebre corrupta e malandra brasileira. E se ela tiver muito incomodada com a Amsterdã eu proponha uma troca, eu vou para lá e ela vem morar aqui no Rio de Janeiro que ela gosta tanto.

“Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne”.

Essa deve ser pra rir! Em lugar nenhum que conheço, a não ser no mundo árabe e muçulmano, se come ou se serve com as mãos. Caso aconteça isso com alguém nesses lugares, basta não aceitar o prato e mandar trocar ou então ir à outro estabelecimento. Pelo que saiba, o Mac Donald’s tem até embalagem própria para seus produtos e isso é regra nos países desenvolvidos e não exceção.

“Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta”.

De fato isso procede. Realmente ocorre, mas o jornal é limpo, e não é feito de papel reciclado e ainda por cima jamais foi usado em ‘banheiros’. Isso é uma jogada de marketing do lugar. Para dar um charme, coisa de britânico... da mesma forma que os pubs de lá não tem muita ventilação para ficar cheirando a fumaça de cigarros e mistura de bebidas alcoólicas. Vai entender. Além do mais isso é cultural e vai haver sempre costumes que causam estranheza para quem não é do local.

“Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador”.

Sinceramente, nesta hora quase me convenci de que era um estrangeiro escrevendo. Só quem não vive aqui diria algo tão idiota. Se você pedir mesa de não-fumante em qualquer lugar longe da Zona Sul e da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro (acho que isso vale para outros estados também), o garçom também rirá de você (salvo poucas exceções). Além do mais as pessoas na periferia das cidades fumam pela rua e jogam a fumaça na cara de quem não fuma (e você terá sorte se não for outro tipo de fumo). Aqui nós temos as leis, só que ninguém cumpre.

“Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de \’Como conquistar o Cliente\’”.

Aqui os garçons são simpáticos porque são interesseiros, além do mais na Europa não existe a cobrança de dez por cento da gorjeta na comanda do consumo para o garçom que no fundo o patrão embolsa e o garçom tem que bajular a todos para conseguir uns trocadinhos de gorjeta. Isso não é jogada de marketing e sim sobrevivência porque o salário de garçom é baixo, o que não acontece na França.

“Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos”.

Realmente sabemos. Pergunte aos bolivianos, paraguaios, uruguaios, colombianos, etc. (argentinos não, porque eles merecem) o que eles acham do grande irmão que o Brasil é e eles dirão o que é ser grande potência. A desigualdade de forças é relativa: para nós Estados Unidos e Europa são os perpetradores, porém nós somos para os anõezinhos que acabei de falar.

“Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa”.

A língua dos dois países é praticamente igual no que se refere à escrita com poucas diferenças que não afetam o entendimento de textos, mas na fala há idiossincrasias e peculiaridades que podem causar constrangimentos a quem for desavisado, pois podem ser cometidas diversas gafes. E se o caso for de dominação pela língua, a reforma ortográfica que foi feita recentemente foi bancada pelo Brasil a contragosto dos lusitanos. Acho que isso demonstra uma inversão nos valores geopolíticos e mostra o Brasil mais poderoso do que Portugal, que convenhamos é um pobretão na zona do Euro.

“Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc…. Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais”.

Neste ponto eu concordo em número, gênero e grau com a ‘escritora holandesa’. O Brasil, economicamente, é vitima dos próprios brasileiros, pois aqui temos condições de fazer melhor e mais barato, mas optamos por fazer pior e sempre mais caro, ainda por cima quando fazemos mal temos que refazer o que dobra os custos. Porém, as coisas estão mudando, com a lei de responsabilidade fiscal, os lugares mais visíveis do país já punem os maus gestores do dinheiro público. Falta arrumar mecanismos para ferir os gestores do mundo empresarial privado, principalmente os bancos.

Quanto às crenças e religiões, não vejo essa perseguição toda que falam por aí. Há uma profusão incrível de igrejas e templos dos mais variados tipos espalhados pelo território e a polícia e a justiça têm dado respostas satisfatórias quanto aos abusos de umas contra as outras.

Quanto ao patriotismo, acho que aqui não temos razão para andar enrolado em bandeiras e muito menos para estufar o peito e por a mão no coração quando tocar o hino nacional. Em primeiro lugar porque isso não demonstra patriotismo, e sim alguém querendo aparecer e posar de Policarpo Quaresma. Em segundo, porque para amar algo ou alguém de verdade temos que ter uma contrapartida. E em terceiro, porque o país não quer e nem precisa de patriotas, nem de ufanistas e muito menos de chauvinistas, precisamos de gente que queira trabalhar e se qualificar, pois os Estados Unidos cresceu, cresce e sempre crescerá baseado no esforço de quem não é natural de lá e nem por isso houve uma implosão social, política e econômica por lá.

Muito bem, já comentamos os principais pontos do artigo da ‘escritora holandesa’ sobre o Brasil e a conclusão a que chegamos é que ela deve se referir às zonas costeiras do Sul e do Sudeste e alguns baluartes do capital no Nordeste brasileiro quando teceu seus comentários e ignorou por completo a nossa periferia, que uma vez mais é relegada à invisibilidade absoluta, tanto aqui como lá fora.

Na próxima oportunidade analisaremos os dados do Instituto Antropos Consulting, citado pela autora do artigo em questão.

O UFANISMO BRASILEIRO

RESPONDENDO AO UFANISMO DE UM BRASILEIRO QUE SE PASSOU POR HOLANDÊS E QUE ESCREVEU TANTA BOBAGEM!

Uma amiga professora de Geografia da Rede Privada aqui do Rio de Janeiro (além de ser uma pupila, pois eu a influenciei a fazer a licenciatura em geografia) me enviou um arquivo interessante e me pediu para analisá-lo, pois ela pretendia trabalhar os dados desse arquivo com os seus aluninhos da sexta série. Abaixo o teor do arquivo que ela me enviou.

Enviado em Idéias por Jeff no.

Segunda feira17 Novembro de 2008

AO CONTRÁRIO QUE UM BRASILEIRO, QUE TRABALHA NA SWAT FALOU DO BRASIL, OLHA O QUE UMA ESCRITORA HOLANDESA FALOU DO NOSSO PAÍS.

Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos.

Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer.. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne.

Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de \’Como conquistar o Cliente\’..

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc…. Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Os dados são da Antropos Consulting:

1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

5.. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.
Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.

10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

É! O Brasil é um país abençoado de fato.
Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.

Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.

Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!

Divulgue esta mensagem para o máximo de pessoas que você puder. Com essa atitude, talvez não consigamos mudar o modo de pensar de cada brasileiro, mas ao ler estas palavras irá, pelo menos, por alguns momentos, refletir e se orgulhar de ser BRASILEIRO!!!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

AS INCONGRUÊNCIAS DO CAPITALISMO

A CONTRA-PRODUTIVIDADE LUCRATIVA E AS DESCULPAS ESFARRAPADAS PARA SE DEMITIR EM ÉPOCAS DE CRISE ECONÔMICA

O capitalismo é cheio de dualidades e contradições. Quando me debruço para analisá-lo fico perplexo com algumas de suas práticas mais comuns. Existem coisas no capitalismo que são, realmente, muito difíceis de entender. Uma delas é a contra-produtividade lucrativa que ocorre no meio industrial, no comércio e nos serviços em geral nos ambientes rurais e urbanos.

Explico: há vários exemplos dessa prática nos setores da economia, e por incrível que pareça, ela tem uma lógica própria e nefasta. Com a crise econômica mundial espera-se que aumentem os casos de contra-produtividade lucrativa em atividades diversas da economia.

Quando tomamos um exemplo prático, passamos a ter uma noção melhor. Vejamos por exemplo o caso da agricultura e a comercialização de seus insumos. Os produtos químicos como os agrotóxicos são feitos para que não debelem somente as pragas, o ph do solo também passa a ser afetado. Aí, a mesma empresa que produz os agrotóxicos, fornece outro insumo, o fertilizante para repor principalmente o nitrogênio perdido no processo anterior, uma vez que as bactérias que o transformavam morrem com a aplicação do pesticida. Outro caso peculiar é o produto modificado geneticamente, os transgênicos, as empresas Monsanto e Novartis os produzem, mas para usá-los é preciso levar um combo de outros insumos para forçar a adaptação e o crescimento da planta, o que parece ser contra-produtivo (e é), além de ser uma venda casada, porém se torna muito lucrativo.

Para finalizar os exemplos analisemos um caso no meio urbano, veja o que acontece relação entre alguns lojistas e camelôs (ambos são produtos do capitalismo), na época de fim de ano é comum os camelôs montarem barracas na frente de lojas (o que parece ser contra-produtivo para o empresário), mas na maioria das vezes o que eles vendem são os produtos da mesma loja pertencente ao mesmo empresário (o mesmo dono da loja), mais barato do que na loja (mas nem tanto, devido à falta de garantias do produto), sem pagar impostos e geralmente são aqueles produtos com falhas quase imperceptíveis que não poderiam ser vendidos na sua loja, um caso exemplar de contra-produtividade lucrativa urbana, não acha?

Considero uma tremenda contra-produtividade lucrativa o que vem acontecendo agora com a questão do desemprego causado pela crise econômica mundial. Ora, as empresas não estão tendo prejuízos na sua esmagadora maioria, e sim redução nos seus lucros, que eram exorbitantes. Sendo assim, demitir devido a expectativa de perda de lucros passa a ser caso de policia e não de economia.

Sabemos que o capitalista gostaria de viver em um mundo perfeito para eles, que voltasse a escravidão para os operários e que houvesse um crescimento da classe média improdutiva, assim eles teriam como produzir sem custos e faturariam sem perdas. Só que esse mundinho de faz de conta dos sonhos do capitalista não existe, e não existirá nunca. Mesmo na época da escravidão havia algum respeito pelo trabalhador, que está se extinguindo hoje em dia.

Explico (de novo): quando um escravo bom de serviço ficava doente o senhor do engenho o tratava imediatamente para não perder aquela fonte de renda. Quando aconteciam entressafras, o que se assemelha a redução de lucros de hoje, porém muito mais grave, os senhores não demitiam seus escravos, o máximo que faziam era dar menos comida. Hoje, só porque estão ganhando menos as empresas estão querendo reduzir salários e, pior ainda, demitindo a três por quatro. Sem falar que com o que estão pagando, se comparar com a casa, comida e tratamento de saúde que os escravos tinham antes da Lei Áurea. Se os empresários continuarem a reduzir os salários ou demitirem mais trabalhadores, será mais vantajoso voltar um século e meio ou até dois séculos atrás e ser escravo de um dos senhorzinhos de engenho bom de onda daquela época.

Lógico que estou exagerando na comparação, a escravidão era torpe e vil. Porém, se não abrirmos os olhos ela voltará como uma nova roupagem, repaginada e adaptada para os novos tempos, se aproveitando de uma boa e velha desculpa: estamos em crise... e vale qualquer coisa para tirar o pé da lama.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

BARACK OBAMA É O ANTICRISTO OU SERÁ ANTICRISE? SERIA ELE UM NOVO ROOSEVELT?

ROOSEVELT UM ESPELHO PERFEITO PARA O PRESENTE

Imagine assumir o maior país (militar e economicamente) do mundo em meio a maior crise já vivida desde que se tornou a superpotência. Esse é o desafio que Obama tem pela frente. Situação incomparável até mesmo com aquela que Roosevelt encontrou ao assumir o governo americano na década de 1930.

Explico: nos idos anos trinta, os Estados Unidos ainda não eram a potencia que conhecemos hoje, onipresente e onipotente. Isso só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, quando passou a ser o grande credor do mundo (na Primeira Guerra começava a alavancagem mundial dos ianques). Como grande vencedor da guerra, eles conseguiram chegar até a década de 1980 como o lado bom da bipolaridade, sendo o propagandista da ‘liberdade e da paz’.

Hoje, eles só vêem pelo retrovisor a China, que se aproxima rápido, porém atabalhoadamente. Pois é impossível competir em pé de igualdade com um país que além da força militar-econômica tem a seu favor a força da liberdade de expressão em todos os meios de comunicação, fato este que não ocorre com os amarelos.

A situação de Obama é delicada por tudo isso. Ele terá que garantir essa liberdade e o poder de compra do cidadão americano. Esses símbolos desta pátria são aparentemente indeléveis e imexíveis. Obama tem que ser perfeito, ser o anticrise e não o anticristo. Se conseguir trazer de volta o businnes boom será comparado à Roosevelt, porém se não for suficientemente competente (uma espécie Bush negro) entrará para a história religiosa daquele país como o anticristo que afundou ainda mais o país na crise (isso mesmo, ninguém lembrará que a crise não fora sua culpa).

Não conheço ninguém mais preparado para o desafio do que Obama, apostava antes dos movimentos pré-eleitorais na senadora Hilary Clinton como a presidente daquele país, depois de conhecer a história fantástica deste símbolo do que os americanos podem produzir de melhor me convenci de que Obama é o cara, é perfeito pra tirar os Estados Unidos e conseqüentemente o mundo do buraco.

Por todos os avanços que o marido da Hilary (Bill) havia conseguido em termos de conversações com o Oriente Médio (muito), América Latina (razoável) e África (pelo menos lembrou que existe), eu fico otimista quando vejo que Obama e Hilary brigavam de mentirinha na campanha e que agora estão de mãos e braços dados. O povo americano (as empresas principalmente) não é tão burro como pensamos, eles apostam sempre certo, segundo seus interesses.

Quando colocaram Bush lá, eles queriam petróleo para matar a sede, hoje sabem que não precisarão lutar por mais petróleo, pois os preços estão em descendente e a procura estável. Mas outro fantasma está assolando seu estilo de vida, e também o mundo (que precisa da manutenção desse estilo de vida americano). Quando o padrão de consumo americano cai, derruba a todos. Todos os países são vendedores de algo (desde commodities até cérebros) e tem relação passiva com os Estados Unidos, portanto se este cai leva todos esses consigo.

Só tenho uma ressalva a fazer em relação ao futuro governo Obama: será que ele terá coragem de acabar com o vergonhoso embargo econômico imposto à Cuba, o que espero dele no seu segundo mandato, após debelar a crise econômica e apaziguar os ânimos no Oriente Médio. Aí sim, retiraremos as barreiras que nos impedem de ver esse cidadão exemplar norte-americano sem a desconfiança de ser ele apenas mais um presidente que só olhou para o próprio umbigo.

Os Estados Unidos precisavam de alguém que em 1933 os retirasse da crise econômica e da comoção social, Roosevelt foi esse homem. Hoje é o mundo que tem as mesmas aflições, será Obama este homem?

BARACK OBAMA É O ANTICRISTO OU SERÁ ANTICRISE? SERIA ELE UM NOVO ROOSEVELT?

ATÉ A VACÂNCIA DE PODER SERIA MELHOR QUE BUSH

O mundo anseia por mudanças, e como na música do grupo de hard rock Scorpions, estão se aproximando os tais ventos da mudança. Não que o novo presidente norte-americano Barack Hussein Obama (isso mesmo ele tem Hussein, como o Saddan, no nome) seja o novo ‘messias’ que fará a humanidade ter a paz e a prosperidade esperada. Também Obama não é o anti-cristo que muitas religiões aventam, devido o fato de ser alguém que possa unir o mundo entorno de seu carisma.

O fato é que o governo de George Walker Bush (o filho) foi tão ruim, que até se eu estivesse no lugar do Obama seria visto com bons olhos. Bush errou até onde acertou. Explico: sabemos que o regime Talibã era deplorável e precisava ser detido para o bem da humanidade. Mas Bush não interveio quando precisava e quando o fez, fez muito mal feito. Depôs o regime, mas não foi competente em transformar a sociedade local em algo próximo do aceitável, sendo assim, o povo afegão voltou a estaca zero no que tange ao seu desenvolvimento e vive numa sociedade praticamente medieval e feudal.

Pode-se dizer o mesmo do Iraque, Bush livrou o povo iraquiano de um ditador sanguinário, não foi? Não, não foi. Saddan Hussein era uma figura que dividia opiniões na região, não só no Iraque. Por dois motivos: o primeiro e mais importante, foi ele quem evitou que um império persa moderno e xiita surgisse no local, vencendo a guerra Irã-Iraque com a ajuda de um país que prefiro não citar o nome (só direi a primeira letra do nome: Estados Unidos da América), pois o Irã havia recentemente escorraçado este país de seu território numa legitima revolução em 1979 e pretendia levar esse levante Oriente Médio afora.

O segundo motivo pelo qual Hussein era adorado foi o desenvolvimento de um país que era um amontoado de vilas medievais em uma moderna nação nos moldes do ocidente, sendo assim um excelente interlocutor sunita pró-ocidental em meio ao radicalismo xiita que comanda as mentes incautas e pregava a destruição do american way of life por aquelas bandas. Como nada é perfeito, Hussein não aceitava a existência do estado judeu encravado em terras que eles julgam pertencer ao império árabe. Mas engolia o desafeto Israel, e nem tinha indigestão por isso.

Então, por que Bush atacou e destroçou o Iraque, levando-o de volta ao status quo, ao de amontoado de vilas medievais e feudais? Todos nós sabemos que o que motivou a segunda guerra do Iraque foi o mesmo motivo dos ataques na primeira guerra estadunidense-iraquiana, o petróleo.

A polidez com que Bush tratava assuntos sérios, como os conflitos no Oriente Médio, por exemplo, era para ser denominado de admirável. Israel, o maior aliado e propagandista do estilo de vida americano no local, foi protegido e mimado até mesmo quando estava errado. O estado palestino jamais saiu do papel, e olha que não faltou oportunidade e cooperação até do Fatah (grupo de ex-terrorista que ‘depôs’ as armas e passou a agir por vias da retórica para obter êxito em sua empreitada justa de criar um estado palestino).

Por falta de empenho de Bush e de seu secretariado para as questões geopolíticas os acordos tácitos a respeito da convivência de povos díspares como israelenses e palestinos foram por água abaixo (na verdade areia abaixo). A situação recrudesceu e até mesmo um grupinho que se considera um partido político, mas na verdade é um amontoado de figuras circenses e mambembe e projeto de terroristas (o Hamas) acabou vencendo as eleições na Faixa de Gaza e expulsou o Fatah para a Cis-Jordânia.

Não preciso nem dizer como terminou a questão, pois os últimos acontecimentos na Faixa de Gaza já são bastante eloqüentes. Mas quem deveria dizer algo seria Bush, pois ficou sentado vendo o bonde da história passar e por incompetência deixou de pegar carona e deixar seu nome na história. Pelo menos não do jeito que seu nome entrará para a posteridade, como o pior presidente norte-americano de todos os tempos, batendo inclusive o não menos deplorável Richard Nixon.

ANÁLISE, CRÍTICA E SUGESTÕES ÀS PROPOSTAS URBANÍSTICAS, SECURITÁRIAS, SANITÁRIAS E EDUCACIONAIS DA NOVA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

O MEIO AMBIENTE AGRADECE, PREFEITO!

Acertadamente, o prefeito Eduardo Paes tenta fazer o que já era para ter sido feito há muito tempo. Com a implantação, de verdade, dos ecolimites ele tenta evitar duas mazelas que acometem a cidade do Rio de Janeiro: que as favelas cariocas cheguem ainda mais longe morro acima, e que isso ocorra colocando as últimas ‘gotas’ de florestas abaixo.

É de se elogiar o empenho demonstrado pelo seu secretariado envolvido na empreitada, todos os entes que foram acionados disseram presente. A secretaria de ordem urbana e a de meio-ambiente trabalham em conjunto e tudo indica que haverá também outras medidas além de somente murar o limite entre a favela já consolidada e a mata.

O monitoramente deverá ser on-line e em tempo real, só não está definido quem o fará, mas só o fato de alguém estar de olho no que ocorre já é algo louvável. Muito disso se deve ao exemplo dado por Carlos Minck, excelente quadro do governo Cabral, que fora ‘capturado’ pelo governo Lula para o Ministério do Meio Ambiente em substituição à não menos competente Marina Silva. Minck, assim que assumiu, tomou atitudes impactantes, muitas de marcketing, que visavam à conscientização popular, como colocar a disposição imagens das queimadas na Amazônia (uma coisa é você ver números da queimada, outra é ver em tempo real a coisa acontecendo).

Atitudes como essas fazem com que o povo comece a levar a sério algumas das proposições dos políticos. A implantação de ecolimites de verdade e não de mentirinha que havia antes é algo que já causará grande impacto, pois será visível um muro, como o de uma Berlim às avessas, separando o que pode do que não pode. Faço apenas uma ressalva: as imagens on-line deveriam ser abertas para que qualquer um na sociedade pudesse tomar conta desses limites e denunciar qualquer quebra de segurança.

Mas a preservação das nossas matas que restam passa pela educação, temos que dar subsídios aos futuros cidadãos cariocas para que possam ajudar na preservação da nossa floresta. Alguns fatores fariam com que a floresta fosse um bem desejável, como por exemplo, o arrefecimento do clima do seu entorno. Em um local tropical, onde as temperaturas beiram os quarenta graus e o clima de monção-brasileiro faz com que as chuvas carreiem o que há nas encostas desflorestadas, cuidar da saúde das nossas matas deixa de ser formalidade para ser questão estratégica de segurança e de amor a vida.

Na maioria das vezes eu desço o pau nos políticos, e o prefeito mal assumiu e já tasquei a lenha no pobre, mas agora dou o braço a torcer: nós e o meio-ambiente agradecemos, prefeito!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O QUE ESTÁ ALÉM DO CONFLITO ETNO-RELIGIOSO ENTRE ISRAEL E PALESTINA

ELEIÇÕES E MUITO GÁS PARA MANTER O CONFLITO

Dizem alguns especialistas e pesquisadores israelenses e palestinos que foi descoberta recentemente debaixo do subsolo palestino, mais acertadamente na Faixa de Gaza, uma imensa jazida de gás natural. Seria uma espécie de camadinha pré-sal à moda palestina, brincadeiras a parte, esse seria um dos motivos pelo qual o estado de Israel vem tentando dominar o desafeto antigo. Quem fincar a bandeira nesta área terá a seu favor combustível de qualidade e independência dos vizinhos da OPEP, e se for Israel ele terá ainda a seu favor o fato de não precisar ludibriar os inimigos árabes para obter combustível.
Explico: Israel tem que dar uma volta tremenda para obter combustível, o petróleo tem que ser importado de maneira indireta dos desafetos declarados como o Irã. Israel vai ao porto de Roterdã, na Holanda, para obter petróleo no mercado a varejo (seria uma espécie de sobra do petróleo exportado ou que foi pirateado). Como é o país mais desenvolvido da região Israel tem que utilizar bastante petróleo e gás para manter seu padrão industrial e de consumo primeiro-mundista.

Se os satélites israelenses estiverem corretos esse gás dará o gás (sem trocadilhos) necessário para tirar o pé da lama e evitar altos gastos com viagens para importar petróleo e gás do mercado holandês que acabei de mencionar. Porém o grupo terrorista-xiita Hamas, que não é bobo nem nada, tem planos de sabotar qualquer uso racional desses recursos. Lembre-se sempre que o Hamas não é um partido político, portanto seu interesse não é no bem-estar da população de nenhum dos lados do conflito. É um grupo de agentes do caos, que só se satisfaz quando a destruição (inclusive a dele própria, o que chamam de martírio) acontece.

Porém, se cair em mãos israelenses esses recursos podem se tornar de valor para os palestinos, como ocorre com o gás boliviano em relação ao Brasil. Como está localizado em sua maior parte em território palestino, pelas leis internacionais, esse combustível geraria Royaltis para o governo local. Com alguns ajustes, que não são impossíveis de ocorrer, ambos os lados do conflito sairia ganhando. Como Israel é um país industrializado e a Palestina ainda não conseguiu sequer status de país, poderia ser direcionado esse gás para Israel, cobrando pesados impostos, que sairiam ainda mais barato do que viajar até a Europa para obter seu combustível.

Outro problema que põe lenha nessa fogueira é o político-eleitoral, em Israel, estamos à beira de uma eleição complicada em que os partidos tentam através de demonstração de força contra os inimigos comuns eternos conquistar os eleitores. Essa postura belicosa arregimenta o apoio dos radicais, mas não desagrada aos moderados, porque todos temem os ataques suicidas e pelos foguetes do Hamas ao sul do território israelense e do Hezbolah do lado oposto.

Outro problema bastante sério em Israel é a falta de renovação do quadro político, são sempre as mesmas figuras repetidas, gente que ainda prefere abrir feridas antigas de gerações e séculos passados a tentar um novo acordo. Porém, do lado israelense pelo menos há política e democracia, fato que não ocorre no lado palestino, onde o governo é teocrático de araque. Isso mesmo, de araque e não do Iraque, porque uma meia dúzia de espertalhões travestidos de lideres político-religiosos faz a cabeça de uma gama imensa de gente sem instrução e sem perspectiva de melhoria de vida para que ataquem o ‘grande opressor’ e se matem tentando isso (pois destruir Israel é tão fácil como sair do Sistema Solar nas próximas férias), o pior é que os ignorantes fazem isso (martírio).

Até que para os homens não seria tão ruim se explodir pela causa, porque seriam recepcionados por Alá e ganhariam setenta virgens (isso mesmo!), já as mulheres, o Corão não diz nada em relação aos setenta Brad Pitts, portanto: meninas não se explodam!

E o pior de tudo isso é que os que são moderados de ambos os lados, estão morrendo, boa parte devido ao fato de quererem a paz e a convivência entre os povos. Isso mesmo, falar em aceitar o outro por aqueles lados dá assassinato. Então, como morrer tentando unir os povos não traz nenhum beneficio nem pelo Corão e tampouco pelo Torá, é melhor radicalizar, pois assim ganha-se pelo menos as eleições em Israel e um asilo político em um país seguro para um líder covarde dos xiitas-terroristas do Hamas e do Hezbolah. Lamentavelmente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A VIDA DE PREFEITO NO RIO DE JANEIRO É MUITO DURA, ISSO SE ELE FOR SÉRIO, É CLARO!

A NADA BOA VIDA DE PREFEITO

A vida do prefeito Eduardo Paes está sendo difícil. Mas não tenho dó do nosso prefeito, pois ele sabia bem do buraco em que estava prestes a adentrar. Por isso que também nutro por ele bastante admiração, principalmente pelo esforço que vem tentando demonstrar.

Essa cidade virou um verdadeiro barril de pólvora. Todo tipo de delito já vem sendo cometido por estas bandas desde a sua inauguração. Sendo que de dez anos para cá a coisa ficou realmente muito feia, a ponto de nos tornarmos reféns dos infratores, o que afeta o nosso direito primordial de ir e vir.

Lembro, às vezes com saudosismo, do tempo em que podíamos dormir de janelas abertas, ou então nas calçadas dos bairros da Zona Oeste, e olha que não estou falando de mendigos, pois estes preferem lugares mais nobres para dormir na sarjeta, como por exemplo, Copacabana e Ipanema. Refiro-me ao tempo em que ainda não havia as ‘reformas’ Chagas e Lacerda que deu um aspecto de faroeste, aos antes bucólicos bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro ao realocar as populações faveladas dos bairros centrais e da Zona Sul.

Lá se vão os tempos em que podíamos dormir simplesmente. Os problemas urbanos se alastram numa velocidade de concorde, são tantos rebuliços, que fica difícil de colocá-los todos nessas poucas linhas. Por isso iremos nos ater apenas a alguns dos entreveros mais visíveis, para tal separemos um tripé de situações em que provavelmente nos decepcionaremos com a administração municipal e estadual.

A primeira face da tríade problemática é a questão da ordem urbana, que é, em minha opinião, e na da maioria dos especialistas, a mais urgente, pois passa pela segurança pública que está sucateada e inoperante, vide o caso das milícias e do narcotráfico que são insolúveis até o momento. Em nenhuma cidade do Primeiro Mundo que seja capital regional ou de província você nota uma desordem tão grande como a que encontramos por aqui. Isso passa por outros problemas menores, porém não menos preocupantes.

A começar pelo loteamento do espaço público pela divisão territorial desses lotes segundo interesses escusos. Agora, sabemos que isso não aconteceria sem que houvesse a conivência e a convivência do poder público com esses agentes da desordem. Como o prefeito irá solucionar o fato de vivermos ainda numa sociedade feudal em pleno século XXI é algo que foge ao meu entendimento, pois como fez diversas associações políticas para se eleger, deverá ter dificuldade em contrariar alguns interesses.

A questão da saúde, que caminha cambaleante via combate a dengue ineficaz (boa parte disso a prefeitura está isenta, pois passa pelo comprometimento da população com o projeto, o que sabemos que não acontece apesar de toda propaganda) e a reestruturação dos hospitais caóticos das redes municipais e estaduais, neste caso em especial a prefeitura tem um abacaxi imenso para descascar devido a leniência com que fora tratada a saúde em governos passados. Aí, mais uma vez haverá a influência do toma lá dá cá eleitoral, pois entes muito ligados à área de saúde cooperaram para a vitória de Paes.

A última entidade dessa triangulação é a educação. O sistema educacional, por incrível que possa parecer, é um dos pontos que menos trarão problemas para o futuro prefeito, pois com algumas atitudes simples (mais de falar do que de fazer), já terá efeito bastante abrangente psicologicamente. Digo isso porque os alunos querem apenas merenda de razoável qualidade e o básico, enquanto que os responsáveis querem apenas manter os alunos em lugar seguro onde possam: comer, beber, recrear e se possível aprender alguma coisa. Aqui, até a politicagem pega mais leve, pois há muito tempo são as mesmas figurinhas repetidas, e o aporte de recursos indiretos é bem menor do que os investimentos que recebem as áreas de saúde e de segurança (planos de saúde, seguros, compra de materiais e equipamentos, etc).

DAS CINZAS DA CRISE ECONÔMICA PODERÁ NASCER UM MUNDO MELHOR

DA NOVA DESORDEM MUNDIAL PODERÁ NASCER UMA NOVÍSSIMA ORDEM EQUÂNIME E EQUITATIVA



Pode até parecer fantasioso, mas não é nada impossível que depois de passada essa crise econômica mundial os principais países que são o carro chefe da economia mundial venham a adotar novos padrões de consumo mais adequados ao futuro do planeta.

Uma das áreas onde será mais perceptível essa mudança seria a ecológica, pois com a redução do consumo desenfreado que vinha acontecendo no Primeiro Mundo o planeta poderá respirar mais aliviado. Com o desaquecimento econômico viria o desaquecimento global na temperatura à longo prazo. Consumindo menos, haverá menos plástico no ambiente e com as pessoas economizando mais devido ao medo da crise, haverá menos carros circulando, conseqüentemente menos gasto de combustíveis fósseis, o que arrefeceria um pouco o incremento diário de CO2 na atmosfera.

Outra área que poderá ter vida nova é o mundo do trabalho. Como as dificuldades econômicas exigem um novo acordo trabalhista, forçosamente teríamos que reformular as leis existentes o que daria mais flexibilidade na hora de demitir e contratar novos empregados. A carga horária dos trabalhadores seria reduzida, como ocorre na França, teríamos jornadas de trabalho de 36 horas, o que geraria mais emprego e com isso haveria redução no salário dos trabalhadores devido os mesmos trabalharem menos. Outra conseqüência seria o trabalho não presencial, onde a pessoa pode trabalhar em home Office (em casa) e venderia seu trabalho e receberia pelo tanto trabalhado (call centers seriam os mais favorecidos) e os escritórios tele-presentes, onde as reuniões seriam feitas através do uso dos avançados meios eletrônicos e de telecomunicação, a tão famigerada tele-presença.

Com a redução da produção industrial as pessoas passariam a utilizar os bens até a exaustão, somente trocando de carro, geladeira, televisor, etc. quando não houvesse outra maneira. As indústrias passariam a melhorar sua pesquisa e a manufatura para evitar prejuízos, seria o Just in time elevado a condição primordial nas fábricas (só comprar o que vai usar e só fazer o que for vender). As empresas de serviço teriam que melhorar todos os seus serviços para atrair os consumidores. Imagine se em plena crise econômica alguém vai querer pagar por algo que não vai precisar ou por algo que não precise tanto.

O ramo alimentício também terá que se adaptar rapidamente, pois apesar de ninguém deixar de comer, mesmo no auge das crises, as pessoas passarão a selecionar bastante o que é necessário do que é supérfluo. Sendo assim, esvaziarão as prateleiras de importados, devido às seguidas altas do dólar, lembre sempre que quanto maior for a crise mais as pessoas vão querer um porto seguro em termos monetários, então, recorrem a quem mais pode garantir o poder de compra de sua moeda, nesse caso os Estados Unidos, que sempre terá bala na agulha para turbinar o dólar.

Alguns serviços pelos quais são cobrados preços astronômicos serão reduzidos (os serviços e os preços), uma vez que ninguém mais estará disposto a queimar dinheiro. Surgirão novos serviços visando ajustar os produtores e os consumidores aos novos tempos pós-crise. Imagino que muita gente precisará de um personal-economiser que ensinará novas formas, mais seguras, de investir o dinheiro. Imagino também a criação de ONGs que estarão liagadas aos direitos do novo consumidor e que ajudarão no direcionamento e na educação dos novos empreendedores, pois os governos não terão dinheiro para investir nessas empreitadas e o terceiro setor terá papel especial nessa novíssima ordem mundial.

Por fim, veremos o mundo técnico-científico-informacional, que tanto falava o saudoso geógrafo Milton Santos, emergir de verdade. Pois teremos que fazer uso de todas as tecnologias acumuladas pela humanidade para: produzir mais, baratear os custos, realocar recursos humanos, levar os conhecimentos produzidos às pessoas em lugares longínquos e produzir o mínimo de dejetos possíveis. Tudo isso só poderá se tornar verdade se todo o acumulado tecnológico for usado de maneira responsável visando o bem estar do ser humano e a preservação das outras espécies animais e vegetais, bem como dos recursos minerais e financeiros.

NO FUNDO ACHO QUE TUDO ISSO SERÁ SÓ MAIS UMA UTOPIA E HUMANIDADE DEIXARÁ O BONDE DA HISTÓRIA PASSAR BATIDO!

domingo, 11 de janeiro de 2009

O CONFLITO ÁRABE-JUDAICO: MAIS DO QUE SIMPLES INTOLERÂNCIA ÉTNO-RELIGIOSA

SE QUANDO UM NÃO QUER DOIS NÃO BRIGAM, O QUE ACONTECE QUANDO DOIS QUEREM BRIGAR?




Estamos já com duas semanas de conflito entre o estado de Israel e o grupo paramilitar/terrorista xiita Hamas. O conflito tem bastante combustível, desde simples questão religiosa até intrincadas considerações políticas e geopolíticas, pois além do eterno embate entre crenças diferentes e intolerantes, temos aqui uma luta pela hegemonia local, a saber: quem terá o melhor projeto de dominação do Oriente Médio (eterno barril de pólvora geográfico).

O maior problema nessas áreas do Globo é que ninguém quer a paz. Se por um lado Israel quer o reconhecimento de existência legitimada pelos vizinhos, por outro ele não aceita a existência de um país palestino, pois teme que este tenha condições de formar um exército e com isso atingir seu território, uma vez que a distância entre ambos é tal qual a de bairros conflagrados do nosso entorno na cidade do Rio de Janeiro (imagine: seria como municiar nossos narcotraficantes rivais com poder de fogo militar?).

O conflito parece também não ter fim pelos fatores citados que vão muito além do nosso afastado conhecimento. Por exemplo, desses interesses já citados acima, temos a questão religiosa como ponto central da discussão, sendo assim o problema acaba se tornando região do embate, os xiitas islâmicos e os ortodoxos judaicos, ambos não admitem repartir as terras de modo algum, tornando assim impossível um acordo. Deve-se salientar que ambos os grupos impõem suas vontades mesmo sendo minoria em seus povos, porém o primeiro comanda pelo uso excessivo da força e o segundo pelo poder político.

UM JOGO DE XADREZ GEOPOLÍTICO



Em relação ao predomínio na região, ou seja, a hegemonia, Israel claramente teme a ascensão iraniana naquela área do mundo. O Irã, país islâmico/xiita de população persa na maioria (segundo alguns estudiosos, berço do arianismo) tem interesse em dominar política, religiosa e militarmente a área, pois conta a posição privilegiada que herdou com a queda de seu arqui-rival (Iraque de Saddam) e com o enfraquecimento dos moderados locais Jordânia e Egito (tudo isso graças aos Estados Unidos da era Bush).

Por temer ser alvo de massacre nuclear proposto pelo Irã, Israel tem pretensões de ocupar esse vácuo de poder criado pelos últimos acontecimentos geopolíticos que ocorreram no Oriente Médio nessa primeira década do século vinte e um. Estudiosos da geopolítica local revelaram recentemente o desejo de Israel atacar antes de ser atacado e dizimar as estruturas produtivas iranianas, o que levaria este país à uma condição pré-industrial e com isso a ameaça de extinção judaica ficaria restrita aos seus inimigos mais próximos e domináveis como é o caso da Palestina, da Síria e do Líbano que não dominam o átomo.

Passa pelas ambições geopolíticas israelenses o controle da área como um ‘big-brother’, explico: sendo o grande garantidor da segurança local, devido às demonstrações de poder (caso dê seqüência ao plano de derrubar o Irã) Israel terá do seu lado aqueles países que já o temem hoje (Egito, Jordânia, Turquia, Síria, Líbia e Líbano, que são seus antigos desafetos que foram surrados ou intimidados diversas vezes) e ainda angariaria o medo de outros que estão enfraquecidos ou engessados pela sombra norte-americana (Iraque, Arábia Saudita, etc.). Sabemos que o medo é o melhor caminha para a dominação (porém com prazo de validade).

COMO ACABAR COM O CONFLITO?

O fim do conflito que parece impossível na verdade é até menos complicado do que se imagina. Em primeiro lugar devemos ter em mente que isso não será para agora, nem para daqui a cinqüenta anos, pois passa indelevelmente pela ascensão de uma nova geração que poderia ser cultivada desde agora. Recentemente um documentário circulou pelo mundo mostrando árabes e judeus, ainda crianças, em razoável convivência. Quais são os motivos que levam esses jovens a mais tarde se matarem? Como já dito, uma minoria radical, porém com poder de propaganda imenso, faz uma espécie de lavagem cerebral em seus povos que inviabiliza o diálogo. Ora, é só a maioria se posicionar contra os agentes da radicalização, o que pode ser feito com o uso dos mesmos expedientes destes.

Em segundo lugar, deve-se frear o intento do Irã de chegar ao posto de líder local. Este país é uma das chamadas baleias (ou elefantes) da economia devido ao seu crescimento lento (se comparável ao de países como Índia e China), porém permanente. Crescimento este que lhe dá condição de pensar alto em seus futuros vôos em direção ao controle geopolítico local, pela ausência de rivais em potencial (excetuando-se Israel, que possui bombas atômicas modernas). O seu primeiro passo para alcançar seu objetivo foi desafiar os Estados Unidos e a ONU, o que agradou a maioria dos muçulmanos árabes e não árabes do local. O segundo foi propagandear o extermínio da nação israelense, o que também agrada a boa parte dos muçulmanos, nesse caso os xiitas e alguns sunitas.

Em terceiro lugar, a questão da cidade histórico-religiosa de Jerusalém. É inadmissível que uma cidade que é o foco de interesse de três grupos religiosos (cristãos, judeus e muçulmanos) seja relegada ao controle de uma destas três religiões. O ideal de administração para um lugar com estas características passa por duas vertentes: torná-la (Jerusalém) cidade-estado, com governo próprio, representado pela ONU, ou então criar uma região compartilhada, com um governo tripartite, onde as três árvores de religiões (cristianismo, judaísmo e islamismo) e seus frutos (grupos dissidentes dentro das religiões ou que formaram outras religiões) tenham representatividade como ocorre num congresso parlamentar e que a cada triênio uma delas assuma o controle das ações compartilhando as decisões (parlamentarismo religioso).

Essa cidade-estado seria uma espécie de Vaticano democrático, o que seria uma bela lição de moral e convivência. A preocupação com os extremistas seria relegada à um segundo plano, pois com os holofotes direcionados para eles dificilmente fariam o que costumam fazer quando se encontram na obscuridade.

Lógico que nada é tão fácil quando se coloca o elemento humano na equação, mas para daqui há cinqüenta ou cem anos é possível que surjam novas gerações comprometidas com a paz, que tenham tirado lições da inutilidade destes conflitos que as gerações antecedentes vivenciaram.



MUITA PAZ PARA TODOS!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

ANÁLISE, CRÍTICA E SUGESTÕES ÀS PROPOSTAS URBANÍSTICAS, SECURITÁRIAS, SANITÁRIAS E EDUCACIONAIS DA NOVA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

SAÚDE



Na campanha para a prefeitura, Paes prometeu a abertura de UPAs, porém não vai adiantar de muita coisa se elas estiverem funcionando como agora. Na verdade as primeiras UPAs foram feitas com o propósito de eleger o representante do Cabral na prefeitura. Como o intento já foi conseguido, acho difícil de funcionar como na promessa.

Assim que tomou posse o prefeito foi visitar alguns hospitais, com o propósito de expor as falhas da administração passada, porém quem forçar a mente e chegar até dezesseis anos atrás lembrará que a mesma atitude foi tomada pelo prefeito eleito daquela época. O então prefeitinho, logo que assumiu visitou hospitais e depois nunca mais deu às caras.

Quando o ‘outro’, que atende por título de nobreza, assumiu fez igualzinho. E também, em menos de dois anos já estava tudo bagunçado de novo. Ou seja, só ir pressionar no dia da posse não adianta. Tem que fiscalizar direito, e a melhor maneira de fazer isso é com ouvidorias que funcionem de verdade e uso da internet para monitoração.

Sou funcionário público e sei que é muito difícil acabar com alguns costumes que existem no funcionalismo, o pior deles é a burocracia. Lido com pessoas da época em que eram laçados na rua pra virar estatutário, o que torna essas pessoas relutantes em mudar, pois não fizeram concurso para ingressar e na maioria das vezes elas têm padrinho político.

Tenho certeza que daqui a vinte ou trinta anos, quando esse quadro ‘da antiga’ se aposentar as coisas fluírão melhor e teremos um funcionalismo público mais ágil e comprometido com a modernidade e os interesses da população. Vejo também, infelizmente, ingressarem pessoas nos serviços públicos com a intenção de se encostar até a aposentadoria, o que é, deveras, muito triste. Pois como o nome diz, funcionário público deveria funcionar para o público (o povo).

Digo isso porque quando esse tipo de atitude é na área burocrática o dano é menor, por exemplo, quando um papel não sai na hora e a pessoa espera vinte anos o mal está feito, mas não mata ninguém (às vezes mata), mas quando é um médico ou enfermeiro que não quer trabalhar aí é assassinato. O mesmo vale para a área da educação, onde se o professor se furtar de fazer o seu dever, será vítima da marginalidade que ele mesmo estará criando ou deixando que se crie (lógico que para alguns que querem ser bandido não adianta professor nem família).

Outro factóide é a contratação de professores e pessoal para a área da saúde. Contratação de professores, funcionários, médicos e enfermeiros nos moldes de hoje só atende os peixinhos de determinados políticos locais. Quem não tem padrinho, mesmo se for ótimo no que faz ficará a ver navios. Digo isso por experiência própria, antes de prestar concurso e chegar aos quadros da prefeitura e do governo do estado, tentei esses contratos sacanas e sempre ouvia as mesmas respostas: só entra se for indicado pelo fulano ou pelo sicrano (políticos do partido vigente no governo).

Aqui vão algumas dicas pra melhorar o sistema de saúde: a principal de todas é o uso da televisão e da internet para orientar a população; depois seria prevenir indo de casa em casa (se as testemunhas de Jeová conseguem, porque o governo não conseguiria), mas não com os contratados politicamente, ou de concurso fraudulentos como o que aconteceu recentemente, mas capacitando pessoas da comunidade para serem monitores de saúde pública; a terceira e não menos importante seria a revitalização dos postinhos que passariam a funcionar vinte e quatro horas por dia com equipamentos para atender problemas simples os mais complicados seriam encaminhados para os hospitais; criação ou especialização de alguns dos hospitais existentes em hospitais de guerra para atender feridos por bala e demais violência urbana o que deixaria menos sobrecarregados os atuais hospitais da rede; e, por último, a criação de uma linha direta e gratuita entre o governo e o povo nos moldes do disque denúncia para reclamações e sugestões.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ANÁLISE, CRÍTICA E SUGESTÕES ÀS PROPOSTAS URBANÍSTICAS, SECURITÁRIAS, SANITÁRIAS E EDUCACIONAIS DA NOVA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

EDUCAÇÃO

Em relação à educação o novo prefeito do Rio de Janeiro começou com o pé esquerdo. Algumas de suas propostas (na verdade da secretária Claudia Costim) são cópias de proposições antigas que já caíram em desuso, ou foram abandonadas por se mostrarem inoperantes, ou então são produzidas para atender aos apostadores da sua candidatura (o velho toma lá dá cá).

A primeira dessas propostas chega a ser ofensiva para os professores. Por exemplo, aquela de dar um salário a mais e prêmios para quem alfabetizar alunos aos 7 ou 8 anos. Ora, não é obrigação dos professores fazê-lo, ou eu estou vivendo numa espécie de bolha de mundo ideal? Até que me provem o contrário, desde sempre a função do professor, junto com os pais, era ensinar a criança a ler e escrever e contar. Eu me sinto ultrajado em saber que sou tratado como um mercenário. E pior, se houver uma melhora, mesmo que pequena, ficará comprovado o caráter mercenário da educação.

Recentemente foi extinta a gratificação estadual por rendimento na educação, a malfadada Nova Escola. Para se extinguir, é sinal que não deu certo, ou seja, deram dinheiro sem contra-partida, o que é mais do mesmo. O governador do Rio de Janeiro acabou com a avaliação, por causa das distorções, e o prefeito da cidade vai fazer uma espécie de déja vu educacional, de fato isso não deve ser sério.

Outra proposta esquisita é a de colocar universitários para auxiliar na educação (isso ta parecendo o Show do Milhão do Silvio Santos) por míseros R$ 400,00. Se os professores da rede pública que ganham seis vezes mais do que isso não estão fazendo o milagre da educação acontecer, como um estudante universitário o fará, ou ajudará a fazer por um valor menor do que ele paga na faculdade?

Quando estamos na universidade e no curso de formação de professores, nos é apresentado um mundo ideológico perfeito, onde a pedagogia e seus pensadores resolvem a contento todos os problemas. Porém, na realidade essas teorias educacionais são como o socialismo marxista que só funciona na ideologia. Não somos avisados da demanda que a realidade oferece e depois do choque inicial, o que reparamos é que cada caso é um caso em especial e não existem fórmulas mágicas.

Lembro-me que houve um tempo em que várias ONGs atuavam na prefeitura com o propósito de ajudar a alfabetizar e recreação dirigida. O resultado nem precisa falar, como já não tem mais nenhuma delas por aqui é sinal que não deu certo. Lembro de um projeto chamado ENDA, que por aqui ficou conhecido como nem ENDA nem DESENDA. O outro projeto que lembro foi o MEL, que também azedou. É mais do mesmo de novo! É o que acontecerá com os universitários.

No meu pouquíssimo tempo de magistério reparei algumas coisas que acho interessante informar. A quantidade de alunos na sala de aula é fundamental para o aprendizado, já lidei com 45 alunos em uma turma de 3ª série (hoje primeiro ano do segundo ciclo), é desumano tentar atender tanta gente e olha que o trabalho era em tempo integral em um CIEP (o tempo todo, cerca de 8 horas em sala sem nenhum outro atrativo).

Para obter a perfeição e poder cobrar resultados práticos dos professore seria bom que cada turma tivesse no máximo 20 alunos, sendo que 15 seria o número ideal. O dinheiro que o prefeito irá gastar com as propostas mirabolantes poderia ser usado para colocar em prática esse número máximo de aluno por sala, aí um único professor daria conta. Depois, com todo direito a cobrança seria pesada e com o apoio de todos. Mas não adianta inventar um monte de factóides e manter as turmas abarrotadas.

Outra proposta melhor do que convocar universitários (a maioria não vai querer) seria convocar pessoas que trabalham como explicadores na própria comunidade (alguns que são sérios fazem um trabalho excelente e podemos comprová-lo), isso evitaria os cursinhos que estão sendo propostos para adequar os universitários e professores para atuarem em comunidades conflagradas. Por serem da comunidade eles já têm esse know how.

Em relação ao décimo quarto salário me parece que é novamente um déja vu do que já houve no Nova Escola, onde umas escolas conseguiam R$ 500,00 e outras só R$ 100,00. Porque a avaliação é subjetiva, sendo assim como medir algo que é imensurável? Por exemplo, um CIEP na periferia (que não escolhe aluno e recebe os piores em relação à defasagem educacional) vai ter um desempenho pífio perante uma escola centralizada que é elitizada. Deveria averiguar-se como o aluno chegou em uma determinada unidade escolar e como ele saiu e não simplesmente comparar as escolas e premiar seu quadro de acordo com ‘números’ de aprendizagem.



O PRINCIPAL PONTO AINDA NÃO FOI ATACADO

No que diz respeito à educação o principal ponto ainda não foi atacado que é a formação continuada do professor. Ainda temos professores que sabem menos do que os próprios alunos algumas matérias. Outros, não têm a menor condição física ou psicológica de estarem perante os alunos em uma sala de aula. Alguns por não terem boa formação, outros por só estarem ali porque não tem outra formação e pelo emprego em outras áreas pagar pouco ou estar difícil.

Outro ponto que está sendo tratado de maneira leviana é o concurso público para o magistério. Digo isso porque recentemente soube que há uma prova de redação em alguns concursos onde o intuito é separar o joio do trigo às avessas, ou seja, para que os peixinhos de determinados figurões de pequeno e médio porte (às vezes de grande também) possam ser selecionados, em vez de alguém que tirou nota melhor na prova objetiva ou aconteceu empate (aí entra a redação para tirar da disputa o adversário).

Se isso é verdade, eu não tenho certeza, mas nesse país esperamos qualquer coisa. É a Lei do Gérson, onde o importante é ‘se dar bem’. Porém, fico imaginando para quê serve a redação. Seria melhor segregar através de exames científicos de verdade, como os exames psicológicos e entrevistas técnicas e testes de competência prática. Assim evitaríamos situações como a contratação de professores e funcionários pedófilos, professores violentos e/ou descontrolados, professores sem a competência mínima para conduzir as aulas, etc.

Outra ação positiva seria concursos públicos para coordenação pedagógica (como já ocorre em algumas prefeituras) e para diretores de escola, em vez da escolha por afeição ou eleição mequetrefe como as que ocorrem, onde os interesses de poucos sobressaem aos de muitos. Nada mais democrático do que um concurso onde qualquer um qualificado possa participar e que vença o melhor.

ANÁLISE, CRÍTICA E SUGESTÕES ÀS PROPOSTAS URBANÍSTICAS, SECURITÁRIAS, SANITÁRIAS E EDUCACIONAIS DA NOVA PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO

Recentemente empossado no cargo, o prefeito Eduardo Paes já deu mostras de que quer mesmo ter muito trabalho. Algumas de suas propostas merecem nota dez, porém outras mereciam ser esquecidas.

URBANIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA



A princípio, as idéias em relação ao urbanismo são ótimas, o re-ordenamento urbano era de urgência e necessário. A operação choque de ordem veio atender os interesses da população que já não agüentava mais tamanha barbárie, resta saber se essa operação se manterá ou e é só um factóide.

Falando em factóide, o mestre deles acaba de se despedir da prefeitura, a qual deixou com grande índice de rejeição, o que se refletiu na pouca aceitação de sua candidata. Porém, quem forçar a mente lembrará que o antigo prefeito Cesar Maia fez igualzinho ao atual assim que começou. E meses depois já havia o retorno da desordem urbana.

Paes tem a seu favor o apoio dos governos estadual e federal, o que por si só já dá uma boa alavancagem no seu desempenho. Um de seus melhores projetos é o de ocupar as áreas carentes com policiais seguido de choque de humanidade para garantir direitos humanos essenciais à essas populações. O incentivo financeiro de R$ 500,00 para os policiais que estiverem nessa empreitada é legítimo, mas tem que haver uma contra-partida, senão será dar dinheiro de graça.

O combate à camelotagem também é bem vinda, mas sem ter capacitação e empregabilidade para essas pessoas, será como enxugar gelo, eles irão migrar para outras áreas onde a fiscalização é falha ou inexistente (uma vez que é impossível para a prefeitura estar em todos os lugares ao mesmo tempo, numa espécie de onipresença terrena).

Cadastrar os ambulantes e moradores de áreas de risco e conflagradas é um começo para reverter a situação em que se encontram essas pessoas. A partir daí ocupar o tempo livre delas com capacitação profissional e para a maioria escolarização. Com isso a inserção dessa população no mercado de trabalho seria mais fácil e rápida.

Um plano de incentivo para o recolhimento da previdência social seria bem vindo, uma vez que a informalidade é uma realidade, pelo menos teríamos como ter controle sobre essa massa de gente e o governo ainda arrecadaria. O principal nesse projeto, seria também garantir direitos mínimos à esses trabalhadores anônimos.

Espero sinceramente que o prefeito queime a minha língua, fazendo um excelente trabalho e que mostre que estou enganado quando digo que a sua intenção é fazer uma ponte entre a prefeitura e governo estadual, pelo qual terá um adversário de respeito caso o prefeito de Niterói faça o que já esperado dele.

Também acho que o plano de Sérgio Cabral é chegar à presidência da República, mas nesse caso é só uma utopia do nosso governador, pois seus números não convencem ninguém. Além do mais, nosso governador tem dado tiros no pé quase sempre com seus factóides à La Cesinha.

http://www.youtube.com/watch?v=DXY7DRa2PXA

Bom começo de ano pra todos.

sábado, 3 de janeiro de 2009

A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?

OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS (AMÉRICA LATINA, ÁSIA E ÁFRICA)

Imagine caro leitor, que você mora em um país que enquanto o mundo cresce a 5% ao ano em seu produto interno bruto ele cresça negativamente, ou seja, o PIB encolhe. Lógico que a miséria grassa nesse local. A violência, outra face da moeda miséria, avança de maneira surreal. Então, seja bem vindo à África.

Agora caro leitor, imagine um desses países nos moldes dos acima descritos vivendo num momento como vivemos hoje, em plena crise econômica no cerne do capitalismo mundial. Não precisa ser economista, nem geógrafo... basta que apenas faça contas básica: nada menos nada será sempre igual a nada. É o que ocorrerá com a maioria dos países africanos, ou seja, os poucos que iniciaram uma inserção no capitalismo mundial serão massacrados e mandados de volta ao estado pré-industrial. Muitos desses países já vivem em estados medievais em pleno século XXI, a saber: não têm como piorar.

A Ásia tem um amontoado de países paupérrimos que sofrem das mesmas síndromes dos africanos, e que geralmente convivem com guerras civis e golpes de estado. São tantos, e tão parecidos entre si e com os africanos, que às vezes parece que fazem parte da mesma localidade apesar das idiossincrasias que os diferenciam na aparência física. Apesar de viverem momentos de prosperidade econômica países como a Tailândia convivem com regimes ditatoriais e guerras civis, além de terrorismo.

E a América Latina? Como reagirá à crise? América Latrina para muitos, porque na maioria das vezes é usada como escarradeira pelos ianques, mesmo os países menos dependentes como México, Brasil, Chile, Colômbia, Venezuela e Argentina sofrem com esse vizinho intrometido que apenas nos vê como seu quintal. Não é difícil de entender como os norte-americanos e os demais detentores do poder no capitalismo lidam com os que podem menos, como é o caso dos nanicos: Bolívia, Paraguai, e a maioria dos países caribenhos.

A maioria dos países africanos e latinos americanos classe B tem problemas parecidos e reagirão de maneira igual à crise. São países, geralmente dependentes de commodities, como: plantations, minérios, metais preciosos e alguns poucos exportadores de ‘cérebros’ (isso mesmo, um dos grandes problemas desses países é perder seus intelectuais para o Primeiro Mundo, muito disso devido à regimes ditatoriais que não suportam pensadores e fazedores). Majoritariamente vivem sob a égide de regimes ditatoriais e anti-democráticos. E em suma, estão sempre em guerra, seja civil, seja declaradamente militar, ou em vias de golpismo e o pior de tudo são berços do terrorismo.

Como já afirmado acima, pouco ou quase nada mudará nesses lugares, a crise não afetará os países que já são miseráveis, porque estes não têm mais pra onde cair, apesar do fundo do poço deles ser bem mais fundo do que imaginamos, eles na prática já chegaram lá. Aqueles que estavam ensaiando um vôo e arremeteram antes da crise devido às disputas tribais e setoriais internas e aos golpismos de sempre.

Faço ‘aspas’ para a Bolívia, na América Latina, e para o Vietnã na Ásia. A Bolívia, que terá uma chance ímpar de se aproveitar da crise para tirar o pé da lama, a dependência do gás boliviano fará com que Argentina e Brasil tenha que aceitar um reajuste nas tarifas para manter seus parques industriais em funcionamento pleno, além do mais, ela possui outras commodities interessantes para os países desenvolvidos (não estou me referindo às drogas). O Vietnã tem uma população que quer se libertar da pobreza e um governo, que apesar de autocrático, vem demonstrando empenho nesse intuito.

Na África alguns países sub-saariano podem deslanchar, se não fosse pelo fator político, pois devido às alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global, em algumas localidades próximas ao deserto do Saara já é possível cultivar várias espécies de plantas industrializáveis. Se bem aproveitados, esses recursos poderiam tirar da miséria muitos países, mas a politicagem atrapalhará, com absoluta certeza.

Países como: África do Sul e Namíbia (diamantes e ouro), Nigéria e Venezuela (petróleo), México (NAFTA), Argentina, Colômbia e Chile (serviços e algumas commodities) são temas para outra conversa, pois fogem da generalização de simples países subdesenvolvidos e ingressam numa nova categoria estratégia de países com economia e desenvolvimento lentos, porém com grande potencial, que passaremos a chamar de elefantes e baleias da economia moderna.

Espero que tenha podido ajudar na compreensão da crise dos efeitos dela para os países nos próximos seis anos pelo menos.

MSN

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