segunda-feira, 7 de março de 2011

A GEOPOLÍTICA DA REGIÃO DE BANGU - HISTÓRIA

Bangu histórico

A história do bairro e da região ao seu redor começa com a fundação da Paróquia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, em 1673.

Foi a fazendeira Dona Ana Francisca a primeira a usar o nome Bangu em documentos oficiais, referindo-se a fazenda Bangu.

Aliás em relação ao nome Bangu, há discordâncias, alguns estudiosos dizem ter sido dado em decorrência do local da fazenda e do engenho onde os escravos colocavam a produção canavieira, bangüe; outros acham mais adequado o uso da tradução do tupi, bangú ou paredão negro, em referência aos maciços que servem de anteparo e circundam a região.

Atividades pré-urbanas em Bangu

Havia na região, onde hoje existe o bairro, várias fazendas como a: Fazenda do Retiro, Fazenda de Bangu, Fazenda do Viegas, etc. A primeira atividade ‘civilizada’ e econômica do local foi a implantação do Engenho da Serra, com a plantação da cana-de-açúcar, com a utilização de mão-de-obra escrava, carro de tração animal (carros de bois) para o transporte da produção (açúcar, rapadura, álcool e cachaça) que era exportada para a Europa, pelo porto de Guaratiba, bem em sintonia com a economia daquela época, a de exportar produtos do plantation para a Europa desenvolvida.

Com a chegada da Companhia Progresso Industrial do Brasil, há uma dinamização e diversificação nas atividades agrícolas locais. Em 1890 há a troca da cana-de-açúcar pelo algodão, obviamente para o uso têxtil, mas fracassa esta tentativa e em 1893 já se retorna ao antigo plantio. Em 1939, já há na região uma grande de lavouras onde se repara a produção acentuada de banana e laranja, como os tão famosos laranjais de “Meu pé de laranja Lima” de José Mauro de Vasconcelos, tanto os laranjais, como o autor da obra ficaram nacionalmente famosos por esse romance.

Também houve nesta região o plantio de café, mas como é sabido este produto não se adaptou de maneira adequada ao clima e ao solo o que impossibilitou o ganho de capitais a contento para satisfazer a sanha capitalista do momento e justificar sua manutenção, esta foi transferida, num primeiro momento para São Paulo e em seguida para o norte do Paraná.

Como dissemos foi também com a chegada da Companhia Progresso Industrial do Brasil, e posteriormente a construção da Fábrica de Tecidos Bangu, que aconteceu uma mudança no perfil rural da localidade, passando a uma pré-urbanização incipiente, nos moldes fordistas, muito comum em meados do século XX, no qual a fábrica distribuía as moradias da localidade de acordo com seus interesses, como também aconteceu em outros bairros como Vila Isabel, mas analisaremos essa dinâmica de distribuição habitacional num capítulo mais adiante.

Foram os ingleses que construíram a fábrica, terminada em 1889; antes disso fizeram uma olaria e diversas picadas para acessarem os locais das obras, também construíram, depois, uma vila operária, com 95 casas, em 1892, usando refugos da obra da fábrica e depois mais 50 casinhas para esta mesma vila. A importância da Fábrica Bangu é tanta para o bairro, que a maioria das suas ruas e praças tem seus nomes inspirados em trabalhadores, funções ou edificações em concordância com a fábrica, como por exemplo: rua do Tecelão, rua do Açude, Tintureiros, etc... de fato homenagens justas aos trabalhadores que destacaram o bairro no contexto carioca.

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