ALEMANHA E ZONA DO EURO
O principal país que move a zona do euro é a Alemanha, apesar da pujança da Grã-Bretanha e França, que na prática formam uma tríade desenvolvimentista local. As indústrias e o setor de serviços alemão são o motor da Europa, sendo assim quando esse país passa por algum problema todos em seu entorno sofrem as conseqüências. Porém, a dinâmica econômica alemã não é tão maleável a ponto de sucumbir com as crises mundiais.
Outro motivo para ter otimismo em relação a esse país, é a capacidade de engajamento do povo. Mesmo quando foi ludibriado pelo nazismo, o povo alemão deu mostra de que pode reagir a qualquer crise. Um exemplo foi o período pós Primeira Grande Guerra Mundial. Após ter sua economia arrasada, os alemães se refizeram e conseguiram se tornar a principal potência européia da sua época.
Depois da Segunda Grande Guerra Mundial, com a ajuda dos Estados Unidos, a Alemanha foi junto com o Japão, quem mais soube aproveitar os recursos que captou. Tanto que hoje é um pólo de atração de imigração importante e um dos países que mais disponibilizam produtos industriais e serviços de extrema qualidade.
Hoje, o que pode atrasar a alavancagem alemã em relação a crise, é a sua dependência aos combustíveis e energia externos, uma vez que sua base nuclear é pequena (em relação ao que ela precisa) e o carvão e o petróleo são muito deletérios ao ambiente. O seu principal fornecedor de energia é a Rússia, que é uma ‘amiga’ um tanto ingrata e se utiliza do seu potencial energético para ‘chantagear’ os europeus.
O que afetará muito a Alemanha é o fato que as demais associadas da zona do euro são dependentes dela. É que a maioria dos países da Europa vive de vender seus produtos e serviços para a tríade: Alemanha, França e Inglaterra. Fora isso, se não conseguissem colocar seus produtos nesse mercado, dificilmente acessariam aos países de fora da zona do euro, porque seus produtos são, vias de regra, protegidos por práticas deploráveis como reservas de mercados, protecionismo e subsídios agrícolas.
Esse fato leva a Alemanha (e os dois maiores da zona do euro) a carregar um pesado fardo nas costas. Pois sem esses três a economia dos demais países colapsaria. Há alguns coadjuvantes respeitáveis nessa equação que podem ser de grande importância na solução da crise devido à pujança na indústria e nos serviços: Holanda, Itália, Espanha e países nórdicos. Associando-se aos três gigantes da economia e ‘visibilidade’ da zona do euro, esses países teriam plenas condições de alavancar essa parte do planeta de novo ao patamar pré-crise.
O otimismo em relação à Europa vem do fato de serem países extremamente cooperativos, e os inventores do conceito de comunidade. Como a Alemanha é o motor desse local, certamente haverá empenho geral de alemães e de europeus em geral para obterem êxito nessa empreitada, a saber: sair da crise melhor do que entraram.
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