sábado, 27 de dezembro de 2008

A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?

OS PAÍSES DO GRUPO BRIC (BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA) E OS TIGRES ASIÁTICOS

O grupo de países emergentes de destaque na geoeconomia atende pelo sugestivo nome de bric (que em inglês significa tijolo). Bric (tijolo) porque esses países são na verdade os pilares da economia futura, uma vez que crescem a 6 ou até 10 pontos percentuais ao ano em seu produto interno bruto (PIB). Bric também, porque é um anagrama de Brasil, Rússia, Índia e China.



Estes quatro países também já foram chamados pelas alcunhas de baleias da economia mundial, e posteriormente foram apelidados de elefantes mundiais da economia, em alusão ao contraponto entre estes e os tigres asiáticos, os novos tigres e os tubarões da economia.

Mas cada um dos componentes do bric tem suas idiossincrasias próprias, e é o que veremos a partir de agora, num resumo das principais características de cada um e seus prós e contras.

BRASIL

O Brasil é dentro do grupo dos bric, o que terá menos problemas na reação à crise mundial de créditos na macroeconomia. Por possuir a maior quantidade de terras agricultáveis do mundo e uma agricultura moderna que pode torná-lo o celeiro do mundo, um parque industrial diversificado e modernizado, quantidade de commodities principalmente minérios e petróleo ainda não calculada, farto potencial energético (hidrelétrico, eólico, solar e biomassa) que pode torná-lo o combustível da máquina mundial e vastos serviços primordiais para o seu desenvolvimento local e sua projeção mundial, o que pode garantir certa blindagem perante alguns aspectos peculiares a essa crise.

Porém o Brasil é acometido de alguns problemas ancestrais sérios. Por exemplo, na geração de tecnologia ainda estamos engatinhando e perdemos feio para alguns países do bric sem falar de muitos dos tigres asiáticos e dos desenvolvidos.

Outro problema ancestral que o Brasil precisa debelar é a infra-estrutura, as estradas são horrorosas e há pouca via ferroviária para fazer escoar a produção agrícola, mineral e industrial, o que trava de certo modo as exportações. Além disso, o Brasil carece de leis que amenizem o peso de criar e bancar uma empresa. A principal delas, a trabalhista, é inadequada e cheia de brechas que emperram as empresas sérias de crescerem ainda mais e gerarem mais empregos.

Mais um empecilho para o progresso brasileiro e para luta contra a crise, é sem dúvida, a classe política. Esses falsos técnicos fazem de tudo para manter a mentalidade colonial no país todo. Há casos, como na reforma tributária, em que a puxada de brasa para a própria sardinha é tamanha que o processo não anda.

Outro fator que atrapalha o Brasil de deslanchar é o político. Preocupante é o bipartidarismo (lembrando a Arena e o MDB) que há hoje em dia, quando o assunto é a política nacional. Apenas o PSDB/PMDB e o PT/PMDB (vai depender de quem o PMDB apóie) disputam as eleições nacionais com chances reais. A falta de continuidade acaba travando o desenvolvimento e o implemento das reformas úteis (políticas, sociais e econômicas).

De favorável para o país temos um consumo interno crescente, muito disso devido às políticas de renda mínima, que inserem aqueles que antes estavam alijados do poder de compra no mundo dos consumidores. Haja vista o crescimento da classe média e a redução da miserabilidade no Brasil.

Bastaria que o governo brasileiro baixasse os juros futuros, abolisse o imposto de renda para quem ganha até dez salários mínimos, facilitasse o ingresso do trabalhador informal no INSS e distribuísse créditos ‘baratos’ diretos aos funcionários públicos, o consumo interno iria para patamares jamais vistos antes e geraria o sonhado crescimento de cerca de oito pontos percentuais. Porém, mais tarde haveria a necessidade de um freio na máquina, para que não retornasse a tão famigerada inflação.

Bem, a pedra já foi cantada, agora é pegar ou largar.

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