TIGRES ASIÁTICOS E NOVOS TIGRES ASIÁTICOS
Taiwan, Coréia do Sul, Malásia, Cingapura e Hong Kong (hoje fazendo parte da China), formavam os tigres asiáticos. Tigres porque seu poder de inserção no mercado externo através da exportação de bens industrializados era de tal forma agressiva que esses países se pareciam com verdadeiras feras da economia mundial. Tailândia, Vietnã, Miammar (ex-Birmânia) e Indonésia são os novos tigres asiáticos. Países que seguiram o exemplo dos tigres e passaram a voltar seu projeto desenvolvimentista para o exterior, através de exportações e mão-de-obra barata (na verdade semi-escrava).
Apesar de serem países pequenos territorialmente, os tigres até a década de 2000 e a partir daí junto com os novos tigres cresciam vertiginosamente. Seu PIB era de fazer inveja as baleias da economia. Sua renda per-capita chegou a suplantar a de muitos países desenvolvidos. Porém a maioria deles convivia com caos social e ditaduras civis ou militares. Fato este que acabava por atravancar o desenvolvimento pleno desses países.
Os países que completaram o ciclo de se desenvolver política, econômica e socialmente foram a Coréia do Sul e Cingapura (apesar do governo ditatorial), Hong Kong como dito voltou ao status de província chinesa e apesar de fazer parte da ZEE, passou a ficar sob a sombra da ditadura do PCC. Taiwan vive uma ditadura de direita, nos moldes de Cingapura e ainda convive com as ameaças de retomada do poder pela China continental.
A crise atual na economia fará estragos terríveis nesses países. Devido às suas economias serem baseadas em agressivas exportações e com os países consumidores de seus produtos enterrados até o pescoço no lamaçal que se tornou a economia capitalista, é fácil prevê os transtornos pelos quais eles passarão. A começar pelos problemas sociais que eclodirão quando as fontes das reservas acumuladas das exportações secarem.
A Coréia do Sul terá menos problemas, pois conta com um parque industrial bastante moderno e diversificado. Além disso, conta com uma população bem educada e socialmente bastante estável. Esses dois fatores já seriam o suficiente para uma transição pós-crise muito tranqüila. Mas, o exemplo de fatos pretéritos mostra que não é tão simples assim transpor uma crise econômica, como fora demonstrado na década de trinta pelos norte-americanos.
Outro país que pode transpor com poucos problemas é Cingapura, devido a ser rota obrigatória dos produtos para o Ocidente. Também por se tratar de um povo bastante obstinado e perseverante. Além do mais como há um radicalismo de direita não será possível um levante popular ou coisa que o valha.
A Malásia também deverá passar pela crise com poucos percalços, uma vez que, a exemplo de Cingapura, vive uma situação de ditadura direitista consolidada, apesar de parecerem democráticas aos olhos do mundo, devido a convivência pacífica entre várias etnias e religiões. Esse detalhe é importante, porque não havendo muitas opiniões contrárias o governo fica livre para exercer o poder e intervir na economia, ao contrário de países pluripartidaristas.
Aos novos tigres sobrará um pesado fardo, pois esses países estão começando seus projetos de desenvolvimento e serão engolfados pela crise em pleno momento em que deslanchariam. O Vietnã, por exemplo, terá seu crescimento exponencial estancado e a maioria dos novos tigres ainda nem deram seus primeiros passos, sendo assim surpreendida pela crise enquanto ainda engatinhava rumo ao desenvolvimento.
Lanço minhas fichas na Coréia do Sul de hoje e futuramente reunificada como a grande alavanca dessa região, em parceria com o Japão (após a resolução de rivalidades ancestrais) e com os Estados Unidos (amizade essa para impedir a reunificação com a Coréia do Norte nos moldes comunista). Ela poderá ser o pilar de uma nova economia regional, amparada no Iene (moeda japonesa). Japão e Coréia unificada se tornarão complementares e rivalizarão com a China pela hegemonia do mercado asiático e na liderança do processo de retomada econômica.
Tudo sobre tudo e algo mais: Indicando a direção dos ventos do mundo! Um pouco de cada assunto de interesse. Cidade e Urbanização, Ecologia e Meio Ambiente, População e Demografia, Geoeconomia e Geopolítica, Etc.
domingo, 28 de dezembro de 2008
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?
CHINA
Grande potência da atualidade e motor do mundo, a China demonstra-se como a mais vulnerável de todas as nações perante a crise mundial da economia. Apesar de sua pujança, esse país não é auto-suficiente, o que tornará muito difícil uma recuperação plena do tsunami econômico e social que a crise lhe causará.
A explicação é bem simples: a China é dependente de capitais externos e seu consumo interno é ridículo se comparado individualmente. A grande zona de capitalismo chinês se resume aos locais litorâneos, as chamadas zonas de economia especiais (ZEEs) que são na maioria das vezes enclaves capitalistas de ponta, ou seja, conglomerados de indústrias dos países centrais do capitalismo e algumas poucas empresas chinesas originais (algo original na China moderna é quase que inconcebível).
Após a crise a grande maioria das empresas encravadas nas ZEEs passará a se retrair temendo perder dinheiro e também por ter de prestar socorro aos seus países de origem. Sendo assim, não investirão pesadamente no ambiente externo, o que afetará profundamente o crescimento da China. Esse é um dos problemas de se ater à investimentos externos para crescer.
A má distribuição dos recursos econômicos pelo seu território também agravará os efeitos da crise na China. Em alguns lugares a miséria é tremendamente cruel, outros é a natureza que impõe humilhantes derrotas à empáfia chinesa de se arvorar o direito de se considerar o motor do mundo atual. Existem desertos frios e quentes que minam os recursos econômicos chineses. Desertos dificilmente são contornados pela ação humana o que causa a dependência chinesa a diversas commodities, tanto energéticas como alimentícias.
A base energética chinesa é atrasada e extremamente poluente, se por um lado o carvão e o petróleo movem o dragão econômico chinês, o preço que cobra no presente e principalmente cobrará no futuro é muito alto e impagável. Doenças relacionadas ao aparelho respiratório consumirão bilhões de dólares do governo. Imagine que um em cada três chineses sofra com algum tipo de reação alérgica crônica devido ao estado atmosférico do país que é péssimo, na China são pelo menos um bilhão e trezentos milhões de habitantes, faça as contas e verá o impacto que isso causará no sistema de saúde, resquício da época comunista, com todos os problemas herdados.
Além de poluidora artificialmente, a China também o é naturalmente. Seus desertos emitem poeira para a atmosfera o que tem efeito parecido com a CO2. O vento se encarrega do transporte dessas partículas até os pulmões de crianças e idosos, principais vítimas das reações alérgicas.
Outra praga chinesa é o tabagismo, essa doença tem atingido boa parte da população. Mulheres e jovens são os mais suscetíveis nos dias de hoje. Doenças alérgicas são agravadas na presença do tabaco. Além do mais o chinês moderno tem morrido mais de câncer em geral, problemas cardíacos e pulmonares do que seus ancestrais, problemas que vieram a reboque dos ganhos econômicos.
Em relação a geopolítica, a China ainda tem dívidas com regiões conquistadas no porrete, como é o caso do Tibet. Apesar de uma recente reaproximação China e Japão serão eternamente inimigos, o passivo do passado é grande demais para se resolver com apertos de mão burocráticos. Outros países de somenos importância também figuram entre os desafetos chineses, como a Índia (que é potência econômica e nuclear) por disputas territoriais, a Mongólia (inimiga histórica apenas) e os Estados Unidos, que apesar de ser inimigo no campo das idéias (por isso ser de pouca importância) é parceiro econômico.
Muito se diz que a China dominará o mundo daqui a duas décadas, mais isso é pouco provável. O próprio chinês jamais teve a prepotência de querer dominar todo o planeta. Durante as dinastias que tiveram o poder nas mãos, ela (a China) teve condições de comandar o mundo, mas se contentou com um naco dele. A auto-segregação chinesa é uma característica indelével da personalidade dessa nação. Haja vista a sua atitude de se esconder durante a crise, com ações como esta a China mostra que não seria uma líder mundial, a sua pretensão é somente enriquecer com recursos captados.
Socialmente a China é caótica, apesar de não ser amplamente difundida (o governo não deixa noticiar), a população chinesa é composta de miseráveis aos borbotões, analfabetos aos montes, pobres na absoluta maioria, classe média (alguns poucos felizardos) e uma elite dominante resquício do PCC (não do primeiro comando da capital, e sim do partido comunista chinês). As instituições não são modernas e confiáveis, se precisar eles rasgam contratos e usam como papel higiênico quando lhes convier. A pena de morte acontece a torto e a direito, na maioria das vezes por discordância política. A cultura é algo restrito aos nichos, apesar de as TVs mundiais mostrarem como se fosse institucionalizada.
Esses problemas analisados aqui já são o bastante para se ter uma idéia do que esperar da China nesse momento de crise, ainda existem mais problemas que não caberiam nesse artigo. Em síntese o que espero da China é que ela faça o seu feijão com arroz de sempre, a saber: se fechar para que não se contamine com o que há fora de suas quatro paredes. Porém, já é tarde, uma vez que se abriu ao capital externo ela se contaminou com tudo o que há de vil no capitalismo, pois não se pode apenas ter as benesses do capital sem dar sua cota de sacrifício.
Grande potência da atualidade e motor do mundo, a China demonstra-se como a mais vulnerável de todas as nações perante a crise mundial da economia. Apesar de sua pujança, esse país não é auto-suficiente, o que tornará muito difícil uma recuperação plena do tsunami econômico e social que a crise lhe causará.
A explicação é bem simples: a China é dependente de capitais externos e seu consumo interno é ridículo se comparado individualmente. A grande zona de capitalismo chinês se resume aos locais litorâneos, as chamadas zonas de economia especiais (ZEEs) que são na maioria das vezes enclaves capitalistas de ponta, ou seja, conglomerados de indústrias dos países centrais do capitalismo e algumas poucas empresas chinesas originais (algo original na China moderna é quase que inconcebível).
Após a crise a grande maioria das empresas encravadas nas ZEEs passará a se retrair temendo perder dinheiro e também por ter de prestar socorro aos seus países de origem. Sendo assim, não investirão pesadamente no ambiente externo, o que afetará profundamente o crescimento da China. Esse é um dos problemas de se ater à investimentos externos para crescer.
A má distribuição dos recursos econômicos pelo seu território também agravará os efeitos da crise na China. Em alguns lugares a miséria é tremendamente cruel, outros é a natureza que impõe humilhantes derrotas à empáfia chinesa de se arvorar o direito de se considerar o motor do mundo atual. Existem desertos frios e quentes que minam os recursos econômicos chineses. Desertos dificilmente são contornados pela ação humana o que causa a dependência chinesa a diversas commodities, tanto energéticas como alimentícias.
A base energética chinesa é atrasada e extremamente poluente, se por um lado o carvão e o petróleo movem o dragão econômico chinês, o preço que cobra no presente e principalmente cobrará no futuro é muito alto e impagável. Doenças relacionadas ao aparelho respiratório consumirão bilhões de dólares do governo. Imagine que um em cada três chineses sofra com algum tipo de reação alérgica crônica devido ao estado atmosférico do país que é péssimo, na China são pelo menos um bilhão e trezentos milhões de habitantes, faça as contas e verá o impacto que isso causará no sistema de saúde, resquício da época comunista, com todos os problemas herdados.
Além de poluidora artificialmente, a China também o é naturalmente. Seus desertos emitem poeira para a atmosfera o que tem efeito parecido com a CO2. O vento se encarrega do transporte dessas partículas até os pulmões de crianças e idosos, principais vítimas das reações alérgicas.
Outra praga chinesa é o tabagismo, essa doença tem atingido boa parte da população. Mulheres e jovens são os mais suscetíveis nos dias de hoje. Doenças alérgicas são agravadas na presença do tabaco. Além do mais o chinês moderno tem morrido mais de câncer em geral, problemas cardíacos e pulmonares do que seus ancestrais, problemas que vieram a reboque dos ganhos econômicos.
Em relação a geopolítica, a China ainda tem dívidas com regiões conquistadas no porrete, como é o caso do Tibet. Apesar de uma recente reaproximação China e Japão serão eternamente inimigos, o passivo do passado é grande demais para se resolver com apertos de mão burocráticos. Outros países de somenos importância também figuram entre os desafetos chineses, como a Índia (que é potência econômica e nuclear) por disputas territoriais, a Mongólia (inimiga histórica apenas) e os Estados Unidos, que apesar de ser inimigo no campo das idéias (por isso ser de pouca importância) é parceiro econômico.
Muito se diz que a China dominará o mundo daqui a duas décadas, mais isso é pouco provável. O próprio chinês jamais teve a prepotência de querer dominar todo o planeta. Durante as dinastias que tiveram o poder nas mãos, ela (a China) teve condições de comandar o mundo, mas se contentou com um naco dele. A auto-segregação chinesa é uma característica indelével da personalidade dessa nação. Haja vista a sua atitude de se esconder durante a crise, com ações como esta a China mostra que não seria uma líder mundial, a sua pretensão é somente enriquecer com recursos captados.
Socialmente a China é caótica, apesar de não ser amplamente difundida (o governo não deixa noticiar), a população chinesa é composta de miseráveis aos borbotões, analfabetos aos montes, pobres na absoluta maioria, classe média (alguns poucos felizardos) e uma elite dominante resquício do PCC (não do primeiro comando da capital, e sim do partido comunista chinês). As instituições não são modernas e confiáveis, se precisar eles rasgam contratos e usam como papel higiênico quando lhes convier. A pena de morte acontece a torto e a direito, na maioria das vezes por discordância política. A cultura é algo restrito aos nichos, apesar de as TVs mundiais mostrarem como se fosse institucionalizada.
Esses problemas analisados aqui já são o bastante para se ter uma idéia do que esperar da China nesse momento de crise, ainda existem mais problemas que não caberiam nesse artigo. Em síntese o que espero da China é que ela faça o seu feijão com arroz de sempre, a saber: se fechar para que não se contamine com o que há fora de suas quatro paredes. Porém, já é tarde, uma vez que se abriu ao capital externo ela se contaminou com tudo o que há de vil no capitalismo, pois não se pode apenas ter as benesses do capital sem dar sua cota de sacrifício.
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?
ÍNDIA
A Índia é um dos países que demonstravam o maior potencial de crescimento entre os países do bric, antes da crise econômica atual, isso porque além de apostar em tecnologia (mesmo de segunda), ela tem uma demanda alta por consumo interno (um bilhão e cem milhões de habitantes). A desigualdade econômica entre seus habitantes vem aos poucos diminuindo, fator que também contribui para seu crescimento exacerbado.
Por outro lado, a Índia tem alguns entraves que dificilmente a farão progredir indeterminadamente, como apostam alguns especialistas respeitáveis. Sua sociedade que possui um sistema de castas ancestrais é tremendamente atrasada, alguns avanços sociais ainda estão muito aquém das conquistas econômicas. Em se tratando de economia as coisas fluem, mas socialmente a situação é deplorável.
Os riscos que essa nação corre em relação à crise atual vêm da sua base econômica, a exportação. Sua economia é baseada em exportação de tecnologias de segunda linha, ou seja, low-tech, produtos que já são preteridos nos países primeiro-mundistas. Também as commodities que ela exporta estão com preços depreciados, o que vem lhe acarretando prejuízos incalculáveis. Seu maior trunfo ainda é o potencial das suas faculdades em produzir profissionais de ponta, o que por outro lado se torna um motivo de temor devido à fuga de cérebros.
Para contornar a crise a Índia precisará de recursos externos, pois seu mercado interno é fraco e já está consolidado em relação à baixa de juros e fomentos tributários. Além disso, a crise afeta aqueles países que mais investem na Índia, Estados Unidos e Inglaterra. Esses países com seu poder de compra afetado não consumirão a contento o que a Índia produzirá.
Especialistas costumam dizer que a Índia será um dos quatro países mais ricos e poderosos até o ano 2050, porém, como sua sociedade é demasiadamente complicada não creio em uma inserção tão rápida ao grupo dos cinco dominantes da geopolítica e da geoeconomia mundial, haja vista o fato de a Índia estar milenarmente presa ao sistema de castas e ter uma das sociedades e economia mais atrasadas do mundo em vários quesitos.
Outro grande entrave ao crescimento e à reação da Índia perante a crise atual é a geopolítica. Em relação às suas fronteiras a Índia está praticamente sitiada, tendo que conviver com inimigos históricos em disputas milenares e seculares pela posse de territórios como a Caxemira, com o Paquistão e o Tibet, com a China (todos potências nucleares como a própria índia). Fatos estes que demandam investimentos militares elevados e inevitáveis que farão com que seja mais difícil ainda uma reação indiana frente à crise.
A Índia é um dos países que demonstravam o maior potencial de crescimento entre os países do bric, antes da crise econômica atual, isso porque além de apostar em tecnologia (mesmo de segunda), ela tem uma demanda alta por consumo interno (um bilhão e cem milhões de habitantes). A desigualdade econômica entre seus habitantes vem aos poucos diminuindo, fator que também contribui para seu crescimento exacerbado.
Por outro lado, a Índia tem alguns entraves que dificilmente a farão progredir indeterminadamente, como apostam alguns especialistas respeitáveis. Sua sociedade que possui um sistema de castas ancestrais é tremendamente atrasada, alguns avanços sociais ainda estão muito aquém das conquistas econômicas. Em se tratando de economia as coisas fluem, mas socialmente a situação é deplorável.
Os riscos que essa nação corre em relação à crise atual vêm da sua base econômica, a exportação. Sua economia é baseada em exportação de tecnologias de segunda linha, ou seja, low-tech, produtos que já são preteridos nos países primeiro-mundistas. Também as commodities que ela exporta estão com preços depreciados, o que vem lhe acarretando prejuízos incalculáveis. Seu maior trunfo ainda é o potencial das suas faculdades em produzir profissionais de ponta, o que por outro lado se torna um motivo de temor devido à fuga de cérebros.
Para contornar a crise a Índia precisará de recursos externos, pois seu mercado interno é fraco e já está consolidado em relação à baixa de juros e fomentos tributários. Além disso, a crise afeta aqueles países que mais investem na Índia, Estados Unidos e Inglaterra. Esses países com seu poder de compra afetado não consumirão a contento o que a Índia produzirá.
Especialistas costumam dizer que a Índia será um dos quatro países mais ricos e poderosos até o ano 2050, porém, como sua sociedade é demasiadamente complicada não creio em uma inserção tão rápida ao grupo dos cinco dominantes da geopolítica e da geoeconomia mundial, haja vista o fato de a Índia estar milenarmente presa ao sistema de castas e ter uma das sociedades e economia mais atrasadas do mundo em vários quesitos.
Outro grande entrave ao crescimento e à reação da Índia perante a crise atual é a geopolítica. Em relação às suas fronteiras a Índia está praticamente sitiada, tendo que conviver com inimigos históricos em disputas milenares e seculares pela posse de territórios como a Caxemira, com o Paquistão e o Tibet, com a China (todos potências nucleares como a própria índia). Fatos estes que demandam investimentos militares elevados e inevitáveis que farão com que seja mais difícil ainda uma reação indiana frente à crise.
sábado, 27 de dezembro de 2008
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?
RÚSSIA
A Rússia é um dos países que mais devem sofrer com a crise mundial na economia. Muito disso se deve ao fato dela ser dependente de exportações. Sendo que seus principais produtos de exportação são o petróleo com seus derivados e o gás natural.
A agricultura é limitada, as indústrias são ultrapassadas e os serviços ainda estão incipientes. Para piorar, como um país recentemente capitalista, ainda esbarra em práticas da época do comunismo como a extrema burocracia e a corrupção. Atitudes egoístas também fazem da Rússia um país potencialmente vulnerável nesse momento crítico, pois existem diversas máfias e grupos paramilitares e separatistas no seu território que visam apenas seus interesses imediatos, o que atravanca a retomada do desenvolvimento russo.
A seu favor, a Rússia tem a dependência européia aos seus produtos de exportação. Também o medo de todos ao seu redor de uma volta ao expansionismo. Além do mais, a Rússia continua sendo a maior detentora do espólio atômico soviético, o que impõe respeito de uns e medo de outros países menos poderosos (A Geórgia que o diga).
Como dito antes, a Rússia tem sérios problemas dentro de seu território, como as regiões separatistas da Chechena e da Ossétia (há outras menos operantes). Existe também o risco de confronto com países vizinhos (como a Geórgia, Cazaquistão, Usbequistão, Ucrânia, etc.) devido a fronteiras ainda não totalmente definidas e posse recursos naturais.
Especialistas acreditam que a Rússia será um dos seis países mais ricos e poderosos do mundo até 2050, porém não creio que em tão pouco tempo será possível corrigir alguns defeitos pretéritos como a burocracia e a corrupção que parecem estar encravadas no cerne da estrutura de poder local. Como exemplo, ainda existe na prática um partido único lá, apesar de haver partidos registrados lá, o país que manda e desmanda (mais desmanda) no país é o resquício do PC, o antigo partido comunista soviético.
A Rússia é um dos países que mais devem sofrer com a crise mundial na economia. Muito disso se deve ao fato dela ser dependente de exportações. Sendo que seus principais produtos de exportação são o petróleo com seus derivados e o gás natural.
A agricultura é limitada, as indústrias são ultrapassadas e os serviços ainda estão incipientes. Para piorar, como um país recentemente capitalista, ainda esbarra em práticas da época do comunismo como a extrema burocracia e a corrupção. Atitudes egoístas também fazem da Rússia um país potencialmente vulnerável nesse momento crítico, pois existem diversas máfias e grupos paramilitares e separatistas no seu território que visam apenas seus interesses imediatos, o que atravanca a retomada do desenvolvimento russo.
A seu favor, a Rússia tem a dependência européia aos seus produtos de exportação. Também o medo de todos ao seu redor de uma volta ao expansionismo. Além do mais, a Rússia continua sendo a maior detentora do espólio atômico soviético, o que impõe respeito de uns e medo de outros países menos poderosos (A Geórgia que o diga).
Como dito antes, a Rússia tem sérios problemas dentro de seu território, como as regiões separatistas da Chechena e da Ossétia (há outras menos operantes). Existe também o risco de confronto com países vizinhos (como a Geórgia, Cazaquistão, Usbequistão, Ucrânia, etc.) devido a fronteiras ainda não totalmente definidas e posse recursos naturais.
Especialistas acreditam que a Rússia será um dos seis países mais ricos e poderosos do mundo até 2050, porém não creio que em tão pouco tempo será possível corrigir alguns defeitos pretéritos como a burocracia e a corrupção que parecem estar encravadas no cerne da estrutura de poder local. Como exemplo, ainda existe na prática um partido único lá, apesar de haver partidos registrados lá, o país que manda e desmanda (mais desmanda) no país é o resquício do PC, o antigo partido comunista soviético.
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL?
OS PAÍSES DO GRUPO BRIC (BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA) E OS TIGRES ASIÁTICOS
O grupo de países emergentes de destaque na geoeconomia atende pelo sugestivo nome de bric (que em inglês significa tijolo). Bric (tijolo) porque esses países são na verdade os pilares da economia futura, uma vez que crescem a 6 ou até 10 pontos percentuais ao ano em seu produto interno bruto (PIB). Bric também, porque é um anagrama de Brasil, Rússia, Índia e China.
Estes quatro países também já foram chamados pelas alcunhas de baleias da economia mundial, e posteriormente foram apelidados de elefantes mundiais da economia, em alusão ao contraponto entre estes e os tigres asiáticos, os novos tigres e os tubarões da economia.
Mas cada um dos componentes do bric tem suas idiossincrasias próprias, e é o que veremos a partir de agora, num resumo das principais características de cada um e seus prós e contras.
BRASIL
O Brasil é dentro do grupo dos bric, o que terá menos problemas na reação à crise mundial de créditos na macroeconomia. Por possuir a maior quantidade de terras agricultáveis do mundo e uma agricultura moderna que pode torná-lo o celeiro do mundo, um parque industrial diversificado e modernizado, quantidade de commodities principalmente minérios e petróleo ainda não calculada, farto potencial energético (hidrelétrico, eólico, solar e biomassa) que pode torná-lo o combustível da máquina mundial e vastos serviços primordiais para o seu desenvolvimento local e sua projeção mundial, o que pode garantir certa blindagem perante alguns aspectos peculiares a essa crise.
Porém o Brasil é acometido de alguns problemas ancestrais sérios. Por exemplo, na geração de tecnologia ainda estamos engatinhando e perdemos feio para alguns países do bric sem falar de muitos dos tigres asiáticos e dos desenvolvidos.
Outro problema ancestral que o Brasil precisa debelar é a infra-estrutura, as estradas são horrorosas e há pouca via ferroviária para fazer escoar a produção agrícola, mineral e industrial, o que trava de certo modo as exportações. Além disso, o Brasil carece de leis que amenizem o peso de criar e bancar uma empresa. A principal delas, a trabalhista, é inadequada e cheia de brechas que emperram as empresas sérias de crescerem ainda mais e gerarem mais empregos.
Mais um empecilho para o progresso brasileiro e para luta contra a crise, é sem dúvida, a classe política. Esses falsos técnicos fazem de tudo para manter a mentalidade colonial no país todo. Há casos, como na reforma tributária, em que a puxada de brasa para a própria sardinha é tamanha que o processo não anda.
Outro fator que atrapalha o Brasil de deslanchar é o político. Preocupante é o bipartidarismo (lembrando a Arena e o MDB) que há hoje em dia, quando o assunto é a política nacional. Apenas o PSDB/PMDB e o PT/PMDB (vai depender de quem o PMDB apóie) disputam as eleições nacionais com chances reais. A falta de continuidade acaba travando o desenvolvimento e o implemento das reformas úteis (políticas, sociais e econômicas).
De favorável para o país temos um consumo interno crescente, muito disso devido às políticas de renda mínima, que inserem aqueles que antes estavam alijados do poder de compra no mundo dos consumidores. Haja vista o crescimento da classe média e a redução da miserabilidade no Brasil.
Bastaria que o governo brasileiro baixasse os juros futuros, abolisse o imposto de renda para quem ganha até dez salários mínimos, facilitasse o ingresso do trabalhador informal no INSS e distribuísse créditos ‘baratos’ diretos aos funcionários públicos, o consumo interno iria para patamares jamais vistos antes e geraria o sonhado crescimento de cerca de oito pontos percentuais. Porém, mais tarde haveria a necessidade de um freio na máquina, para que não retornasse a tão famigerada inflação.
Bem, a pedra já foi cantada, agora é pegar ou largar.
O grupo de países emergentes de destaque na geoeconomia atende pelo sugestivo nome de bric (que em inglês significa tijolo). Bric (tijolo) porque esses países são na verdade os pilares da economia futura, uma vez que crescem a 6 ou até 10 pontos percentuais ao ano em seu produto interno bruto (PIB). Bric também, porque é um anagrama de Brasil, Rússia, Índia e China.
Estes quatro países também já foram chamados pelas alcunhas de baleias da economia mundial, e posteriormente foram apelidados de elefantes mundiais da economia, em alusão ao contraponto entre estes e os tigres asiáticos, os novos tigres e os tubarões da economia.
Mas cada um dos componentes do bric tem suas idiossincrasias próprias, e é o que veremos a partir de agora, num resumo das principais características de cada um e seus prós e contras.
BRASIL
O Brasil é dentro do grupo dos bric, o que terá menos problemas na reação à crise mundial de créditos na macroeconomia. Por possuir a maior quantidade de terras agricultáveis do mundo e uma agricultura moderna que pode torná-lo o celeiro do mundo, um parque industrial diversificado e modernizado, quantidade de commodities principalmente minérios e petróleo ainda não calculada, farto potencial energético (hidrelétrico, eólico, solar e biomassa) que pode torná-lo o combustível da máquina mundial e vastos serviços primordiais para o seu desenvolvimento local e sua projeção mundial, o que pode garantir certa blindagem perante alguns aspectos peculiares a essa crise.
Porém o Brasil é acometido de alguns problemas ancestrais sérios. Por exemplo, na geração de tecnologia ainda estamos engatinhando e perdemos feio para alguns países do bric sem falar de muitos dos tigres asiáticos e dos desenvolvidos.
Outro problema ancestral que o Brasil precisa debelar é a infra-estrutura, as estradas são horrorosas e há pouca via ferroviária para fazer escoar a produção agrícola, mineral e industrial, o que trava de certo modo as exportações. Além disso, o Brasil carece de leis que amenizem o peso de criar e bancar uma empresa. A principal delas, a trabalhista, é inadequada e cheia de brechas que emperram as empresas sérias de crescerem ainda mais e gerarem mais empregos.
Mais um empecilho para o progresso brasileiro e para luta contra a crise, é sem dúvida, a classe política. Esses falsos técnicos fazem de tudo para manter a mentalidade colonial no país todo. Há casos, como na reforma tributária, em que a puxada de brasa para a própria sardinha é tamanha que o processo não anda.
Outro fator que atrapalha o Brasil de deslanchar é o político. Preocupante é o bipartidarismo (lembrando a Arena e o MDB) que há hoje em dia, quando o assunto é a política nacional. Apenas o PSDB/PMDB e o PT/PMDB (vai depender de quem o PMDB apóie) disputam as eleições nacionais com chances reais. A falta de continuidade acaba travando o desenvolvimento e o implemento das reformas úteis (políticas, sociais e econômicas).
De favorável para o país temos um consumo interno crescente, muito disso devido às políticas de renda mínima, que inserem aqueles que antes estavam alijados do poder de compra no mundo dos consumidores. Haja vista o crescimento da classe média e a redução da miserabilidade no Brasil.
Bastaria que o governo brasileiro baixasse os juros futuros, abolisse o imposto de renda para quem ganha até dez salários mínimos, facilitasse o ingresso do trabalhador informal no INSS e distribuísse créditos ‘baratos’ diretos aos funcionários públicos, o consumo interno iria para patamares jamais vistos antes e geraria o sonhado crescimento de cerca de oito pontos percentuais. Porém, mais tarde haveria a necessidade de um freio na máquina, para que não retornasse a tão famigerada inflação.
Bem, a pedra já foi cantada, agora é pegar ou largar.
domingo, 7 de dezembro de 2008
OS PAÍSES CENTRAIS DO CAPITALISMO (ESTADOS UNIDOS, JAPÃO E A ZONA DO EURO) 3
ALEMANHA E ZONA DO EURO
O principal país que move a zona do euro é a Alemanha, apesar da pujança da Grã-Bretanha e França, que na prática formam uma tríade desenvolvimentista local. As indústrias e o setor de serviços alemão são o motor da Europa, sendo assim quando esse país passa por algum problema todos em seu entorno sofrem as conseqüências. Porém, a dinâmica econômica alemã não é tão maleável a ponto de sucumbir com as crises mundiais.
Outro motivo para ter otimismo em relação a esse país, é a capacidade de engajamento do povo. Mesmo quando foi ludibriado pelo nazismo, o povo alemão deu mostra de que pode reagir a qualquer crise. Um exemplo foi o período pós Primeira Grande Guerra Mundial. Após ter sua economia arrasada, os alemães se refizeram e conseguiram se tornar a principal potência européia da sua época.
Depois da Segunda Grande Guerra Mundial, com a ajuda dos Estados Unidos, a Alemanha foi junto com o Japão, quem mais soube aproveitar os recursos que captou. Tanto que hoje é um pólo de atração de imigração importante e um dos países que mais disponibilizam produtos industriais e serviços de extrema qualidade.
Hoje, o que pode atrasar a alavancagem alemã em relação a crise, é a sua dependência aos combustíveis e energia externos, uma vez que sua base nuclear é pequena (em relação ao que ela precisa) e o carvão e o petróleo são muito deletérios ao ambiente. O seu principal fornecedor de energia é a Rússia, que é uma ‘amiga’ um tanto ingrata e se utiliza do seu potencial energético para ‘chantagear’ os europeus.
O que afetará muito a Alemanha é o fato que as demais associadas da zona do euro são dependentes dela. É que a maioria dos países da Europa vive de vender seus produtos e serviços para a tríade: Alemanha, França e Inglaterra. Fora isso, se não conseguissem colocar seus produtos nesse mercado, dificilmente acessariam aos países de fora da zona do euro, porque seus produtos são, vias de regra, protegidos por práticas deploráveis como reservas de mercados, protecionismo e subsídios agrícolas.
Esse fato leva a Alemanha (e os dois maiores da zona do euro) a carregar um pesado fardo nas costas. Pois sem esses três a economia dos demais países colapsaria. Há alguns coadjuvantes respeitáveis nessa equação que podem ser de grande importância na solução da crise devido à pujança na indústria e nos serviços: Holanda, Itália, Espanha e países nórdicos. Associando-se aos três gigantes da economia e ‘visibilidade’ da zona do euro, esses países teriam plenas condições de alavancar essa parte do planeta de novo ao patamar pré-crise.
O otimismo em relação à Europa vem do fato de serem países extremamente cooperativos, e os inventores do conceito de comunidade. Como a Alemanha é o motor desse local, certamente haverá empenho geral de alemães e de europeus em geral para obterem êxito nessa empreitada, a saber: sair da crise melhor do que entraram.
O principal país que move a zona do euro é a Alemanha, apesar da pujança da Grã-Bretanha e França, que na prática formam uma tríade desenvolvimentista local. As indústrias e o setor de serviços alemão são o motor da Europa, sendo assim quando esse país passa por algum problema todos em seu entorno sofrem as conseqüências. Porém, a dinâmica econômica alemã não é tão maleável a ponto de sucumbir com as crises mundiais.
Outro motivo para ter otimismo em relação a esse país, é a capacidade de engajamento do povo. Mesmo quando foi ludibriado pelo nazismo, o povo alemão deu mostra de que pode reagir a qualquer crise. Um exemplo foi o período pós Primeira Grande Guerra Mundial. Após ter sua economia arrasada, os alemães se refizeram e conseguiram se tornar a principal potência européia da sua época.
Depois da Segunda Grande Guerra Mundial, com a ajuda dos Estados Unidos, a Alemanha foi junto com o Japão, quem mais soube aproveitar os recursos que captou. Tanto que hoje é um pólo de atração de imigração importante e um dos países que mais disponibilizam produtos industriais e serviços de extrema qualidade.
Hoje, o que pode atrasar a alavancagem alemã em relação a crise, é a sua dependência aos combustíveis e energia externos, uma vez que sua base nuclear é pequena (em relação ao que ela precisa) e o carvão e o petróleo são muito deletérios ao ambiente. O seu principal fornecedor de energia é a Rússia, que é uma ‘amiga’ um tanto ingrata e se utiliza do seu potencial energético para ‘chantagear’ os europeus.
O que afetará muito a Alemanha é o fato que as demais associadas da zona do euro são dependentes dela. É que a maioria dos países da Europa vive de vender seus produtos e serviços para a tríade: Alemanha, França e Inglaterra. Fora isso, se não conseguissem colocar seus produtos nesse mercado, dificilmente acessariam aos países de fora da zona do euro, porque seus produtos são, vias de regra, protegidos por práticas deploráveis como reservas de mercados, protecionismo e subsídios agrícolas.
Esse fato leva a Alemanha (e os dois maiores da zona do euro) a carregar um pesado fardo nas costas. Pois sem esses três a economia dos demais países colapsaria. Há alguns coadjuvantes respeitáveis nessa equação que podem ser de grande importância na solução da crise devido à pujança na indústria e nos serviços: Holanda, Itália, Espanha e países nórdicos. Associando-se aos três gigantes da economia e ‘visibilidade’ da zona do euro, esses países teriam plenas condições de alavancar essa parte do planeta de novo ao patamar pré-crise.
O otimismo em relação à Europa vem do fato de serem países extremamente cooperativos, e os inventores do conceito de comunidade. Como a Alemanha é o motor desse local, certamente haverá empenho geral de alemães e de europeus em geral para obterem êxito nessa empreitada, a saber: sair da crise melhor do que entraram.
OS PAÍSES CENTRAIS DO CAPITALISMO (ESTADOS UNIDOS, JAPÃO E A ZONA DO EURO) 2
JAPÃO
O problema do Japão é parecido com o que passam os Estados Unidos o que diz respeito aos créditos, porém o que agravará a saída do Japão dessa ciranda perversa é o fato desse país ser mais poupador do que consumista.
Apesar do povo japonês adorar novidades e consumir bastantes itens de alta tecnologia, é sabido que sempre que sobra algum dinheiro os nipônicos tendem a guardá-lo para o futuro, pensando em gastar em uma viagem ou na aquisição de algo muito que caro que servirá para um tempo distante.
Não há como convencer o japonês que ele tem que consumir, gastando o que lhe sobra já, para tirar o seu país da lama. Essa dificuldade em fazer o japonês gastar é antiga. É um dilema que o governo tem desde a era do pré-Segunda Guerra Mundial.
O Japão também é muito dependente de importação, pois devido o seu território ser insular e escasso em diversos itens de primeira necessidade, principalmente no que tange a fontes de energia. Com as freqüentes altas na cotação do dólar americano, os preços de diversas commodities necessárias aos japoneses dispararam, porém, os preços do petróleo e do minério de ferro despencaram, o que é um alívio importante em sua balança comercial.
Em comum com os EUA, o Japão também é muito forte no setor terciário, o que pode ser o carro chefe da recuperação econômica, tanto interna como externamente os serviços oferecidos por este país são de suma importância na geopolítica local (Ásia) e mundial.
A indústria japonesa terá um baque fortíssimo na produção (devido à dificuldade na importação de matéria prima energética) e nas vendas (com o dólar alto haverá menos compradores), uma vez mais será preciso a intervenção do governo, no fomento ao consumo interno devido ao alto poder aquisitivo dos japoneses e nos incentivos fiscais para baratear o custo da produção industrial para as empresas.
Num primeiro momento, haverá prejuízo para o governo japonês, mas no longo prazo ele recuperará com juros o que investir agora para retirar o país da crise. Com o povo voltando a consumir e guardando menos, as empresas produzirão mais, gerará mais empregos e maior arrecadação de imposto.
O problema do Japão é parecido com o que passam os Estados Unidos o que diz respeito aos créditos, porém o que agravará a saída do Japão dessa ciranda perversa é o fato desse país ser mais poupador do que consumista.
Apesar do povo japonês adorar novidades e consumir bastantes itens de alta tecnologia, é sabido que sempre que sobra algum dinheiro os nipônicos tendem a guardá-lo para o futuro, pensando em gastar em uma viagem ou na aquisição de algo muito que caro que servirá para um tempo distante.
Não há como convencer o japonês que ele tem que consumir, gastando o que lhe sobra já, para tirar o seu país da lama. Essa dificuldade em fazer o japonês gastar é antiga. É um dilema que o governo tem desde a era do pré-Segunda Guerra Mundial.
O Japão também é muito dependente de importação, pois devido o seu território ser insular e escasso em diversos itens de primeira necessidade, principalmente no que tange a fontes de energia. Com as freqüentes altas na cotação do dólar americano, os preços de diversas commodities necessárias aos japoneses dispararam, porém, os preços do petróleo e do minério de ferro despencaram, o que é um alívio importante em sua balança comercial.
Em comum com os EUA, o Japão também é muito forte no setor terciário, o que pode ser o carro chefe da recuperação econômica, tanto interna como externamente os serviços oferecidos por este país são de suma importância na geopolítica local (Ásia) e mundial.
A indústria japonesa terá um baque fortíssimo na produção (devido à dificuldade na importação de matéria prima energética) e nas vendas (com o dólar alto haverá menos compradores), uma vez mais será preciso a intervenção do governo, no fomento ao consumo interno devido ao alto poder aquisitivo dos japoneses e nos incentivos fiscais para baratear o custo da produção industrial para as empresas.
Num primeiro momento, haverá prejuízo para o governo japonês, mas no longo prazo ele recuperará com juros o que investir agora para retirar o país da crise. Com o povo voltando a consumir e guardando menos, as empresas produzirão mais, gerará mais empregos e maior arrecadação de imposto.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL? 2
OS PAÍSES CENTRAIS DO CAPITALISMO (ESTADOS UNIDOS, JAPÃO E A ZONA DO EURO)
Os principais países na geoeconomia foram os criadores da crise atual (na verdade de todas as crises), pois foi nesses países que a ciranda do crédito podre começou há alguns anos. Quando havia dinheiro real na praça, a festa rolava solta, porém, quando colocaram dinheiro virtual, aí o sistema quebrou, pois bastou não haver dinheiro para pagar uma dívida creditada que logo todos queriam pegar de volta seus dólares e assim, através de um efeito dominó, todos os dólares reais foram requisitados e os virtuais também, porém estes...
Os países centrais são: Estados Unidos, Japão e Alemanha (principal país da zona do euro). Há alguns coadjuvantes de respeito nessa equação, a Grã-Bretanha e a França, mas sem muito poder de barganha real. Em uma análise mais pormenorizada, notaremos que as cartas são dadas pelos três primeiros. Por isso falaremos mais sobre eles.
ESTADOS UNIDOS
Podemos depositar na conta deles os prejuízos causados por essa crise. Foram eles quem começou a ciranda, também serão eles que terão as maiores perdas em termos quantitativos, uma vez que qualitativamente a sua economia pujante absorverá com relativa facilidade os golpes. Com um produto interno bruto (PIB) de cerca de treze trilhões de dólares, os EUA são responsáveis por quase um terço do PIB mundial. Portanto, se eles perdem, todos perdem com ele, inclusive e principalmente o Brasil.
A maior dificuldade que eles terão para superar a crise será em relação à desconfiança do próprio povo norte-americano, mas se for feita uma boa propaganda para o consumo, e eles fazem isso muito bem, aliando-se a isso uma farta distribuição de crédito bom (não o podre) e dinheiro indireto. Também seria de todo proveitoso azeitar a máquina econômica com redução de impostos e fomento aos pequenos e médios empresários (são eles que mais distribuem renda e empregam) e a implementação de uma política menos restritivas aos produtos agrícolas de países menos favorecidos, o que baratearia alguns produtos e incentivaria o consumo.
Também seria bom que a competitividade da sua indústria fosse fomentada, uma vez que a defasagem em relação aos europeus e asiáticos é visível. Principalmente nas indústrias automotivas, já que seu parque obsoleto vem perdendo a corrida, sem trocadilho, dos carros, em qualidade e preços, bem como na acessibilidade a certos mercados.
As demais indústrias americanas estão levando de goleada das demais, em quase todos os setores da economia, principalmente quando duelam com japoneses, coreanos e alemães. Sua base energética também é das piores em desempenho e no custo-benefício, além de ecologicamente degradante.
Seu maior trunfo se encontra nos serviços, principalmente nos quaternários, onde comandam com eficiência todos os processos da globalização, o principal deles, a internet, é basicamente uma invenção e latifúndio norte-americano. Na prática, reside aí a salvação da lavoura (da economia melhor dizendo) americana. Basta que voltem a fazer o que sempre fizeram de melhor, propaganda do seu sistema perfeito e o convite ao seu lema: consuma hoje, pois amanhã pode não ter mais!
Os principais países na geoeconomia foram os criadores da crise atual (na verdade de todas as crises), pois foi nesses países que a ciranda do crédito podre começou há alguns anos. Quando havia dinheiro real na praça, a festa rolava solta, porém, quando colocaram dinheiro virtual, aí o sistema quebrou, pois bastou não haver dinheiro para pagar uma dívida creditada que logo todos queriam pegar de volta seus dólares e assim, através de um efeito dominó, todos os dólares reais foram requisitados e os virtuais também, porém estes...
Os países centrais são: Estados Unidos, Japão e Alemanha (principal país da zona do euro). Há alguns coadjuvantes de respeito nessa equação, a Grã-Bretanha e a França, mas sem muito poder de barganha real. Em uma análise mais pormenorizada, notaremos que as cartas são dadas pelos três primeiros. Por isso falaremos mais sobre eles.
ESTADOS UNIDOS
Podemos depositar na conta deles os prejuízos causados por essa crise. Foram eles quem começou a ciranda, também serão eles que terão as maiores perdas em termos quantitativos, uma vez que qualitativamente a sua economia pujante absorverá com relativa facilidade os golpes. Com um produto interno bruto (PIB) de cerca de treze trilhões de dólares, os EUA são responsáveis por quase um terço do PIB mundial. Portanto, se eles perdem, todos perdem com ele, inclusive e principalmente o Brasil.
A maior dificuldade que eles terão para superar a crise será em relação à desconfiança do próprio povo norte-americano, mas se for feita uma boa propaganda para o consumo, e eles fazem isso muito bem, aliando-se a isso uma farta distribuição de crédito bom (não o podre) e dinheiro indireto. Também seria de todo proveitoso azeitar a máquina econômica com redução de impostos e fomento aos pequenos e médios empresários (são eles que mais distribuem renda e empregam) e a implementação de uma política menos restritivas aos produtos agrícolas de países menos favorecidos, o que baratearia alguns produtos e incentivaria o consumo.
Também seria bom que a competitividade da sua indústria fosse fomentada, uma vez que a defasagem em relação aos europeus e asiáticos é visível. Principalmente nas indústrias automotivas, já que seu parque obsoleto vem perdendo a corrida, sem trocadilho, dos carros, em qualidade e preços, bem como na acessibilidade a certos mercados.
As demais indústrias americanas estão levando de goleada das demais, em quase todos os setores da economia, principalmente quando duelam com japoneses, coreanos e alemães. Sua base energética também é das piores em desempenho e no custo-benefício, além de ecologicamente degradante.
Seu maior trunfo se encontra nos serviços, principalmente nos quaternários, onde comandam com eficiência todos os processos da globalização, o principal deles, a internet, é basicamente uma invenção e latifúndio norte-americano. Na prática, reside aí a salvação da lavoura (da economia melhor dizendo) americana. Basta que voltem a fazer o que sempre fizeram de melhor, propaganda do seu sistema perfeito e o convite ao seu lema: consuma hoje, pois amanhã pode não ter mais!
A CRISE NOSSA DE CADA DIA: COMO OS PAÍSES REAGIRÃO A CRISE DE CRÉDITOS MUNDIAL? 1
MUNDO PARTIDO
Pois bem, a crise já desembarcou em todos os países. Alguns serão mais atingidos que outros, mas sem dúvida nenhum país estará livre de seus efeitos deletérios. E o Brasil será bastante afetado, ou melhor, já está sendo muito afetado.
Deve-se ressaltar que seremos um dos que menos irão sofrer com a crise. Ao contrário, os países que estiverem nos pólos opostos da economia serão os que terão acusado mais o golpe. Por exemplo, quanto mais rico for o país, maior será a recessão em que entrarão. E, por outro lado, os países extremamente pobres como alguns periféricos também estarão em péssima situação, porém com um atenuante: eles sempre estiveram em péssima situação e já estão muito próximo do fundo do poço para sentir a queda.
Nos grandes atores do capitalismo a pancada será terrível, pois as transnacionais que são o suporte do capitalismo e da globalização da economia sofrerão para continuar com seus lucros acintosos. E sendo assim, será menor a remessa de lucros de suas subsidiárias para a matriz. Uma vez que as filiais estando em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos faturarão menos.
A lógica é a mesma para os bancos, os pequenos e médios estarão em maus lençóis. Os graúdos sobreviverão e poderão até lucrar. Porque todos sabemos que banco não joga para perder. E quando entram em campo são sempre 121 x 11 (se o time deles não tiver dez vezes o número de jogadores eles não jogam).
Mas, o que acontecerá como nós, os seres humanos consumidores? Simples, perderemos dinheiro, qualidade de vida, empregos, alguns até a família, outros a dignidade, etc. isso sendo otimista, porque não estamos vendo ainda a luz no fim desse túnel negro.
Há saída para essa crise? Lógico que sim, basta os governos fomentar o consumo consciente e dar o exemplo liberando crédito. O crédito é contagioso, quando um banco acena com empréstimos à longo prazo, outros competidores farão o mesmo. Se o governo reduzir pela metade os impostos, e liberar durante dois anos o recolhimento do imposto de renda, poderá dobrar o consumo atual, pois isso será como salário indireto, e o povo quando tem um a mais fará o que se espera, logicamente, gastar. Multiplique isso por todos os países no mundo e a crise acabará como num passe de mágica. Quando voltar a cobrar os impostos, o governo terá de volta tudo o que perdeu para fugir da crise.
Lembrem-se, poupem e comprem com moderação... só assim sairemos da crise.
Pois bem, a crise já desembarcou em todos os países. Alguns serão mais atingidos que outros, mas sem dúvida nenhum país estará livre de seus efeitos deletérios. E o Brasil será bastante afetado, ou melhor, já está sendo muito afetado.
Deve-se ressaltar que seremos um dos que menos irão sofrer com a crise. Ao contrário, os países que estiverem nos pólos opostos da economia serão os que terão acusado mais o golpe. Por exemplo, quanto mais rico for o país, maior será a recessão em que entrarão. E, por outro lado, os países extremamente pobres como alguns periféricos também estarão em péssima situação, porém com um atenuante: eles sempre estiveram em péssima situação e já estão muito próximo do fundo do poço para sentir a queda.
Nos grandes atores do capitalismo a pancada será terrível, pois as transnacionais que são o suporte do capitalismo e da globalização da economia sofrerão para continuar com seus lucros acintosos. E sendo assim, será menor a remessa de lucros de suas subsidiárias para a matriz. Uma vez que as filiais estando em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos faturarão menos.
A lógica é a mesma para os bancos, os pequenos e médios estarão em maus lençóis. Os graúdos sobreviverão e poderão até lucrar. Porque todos sabemos que banco não joga para perder. E quando entram em campo são sempre 121 x 11 (se o time deles não tiver dez vezes o número de jogadores eles não jogam).
Mas, o que acontecerá como nós, os seres humanos consumidores? Simples, perderemos dinheiro, qualidade de vida, empregos, alguns até a família, outros a dignidade, etc. isso sendo otimista, porque não estamos vendo ainda a luz no fim desse túnel negro.
Há saída para essa crise? Lógico que sim, basta os governos fomentar o consumo consciente e dar o exemplo liberando crédito. O crédito é contagioso, quando um banco acena com empréstimos à longo prazo, outros competidores farão o mesmo. Se o governo reduzir pela metade os impostos, e liberar durante dois anos o recolhimento do imposto de renda, poderá dobrar o consumo atual, pois isso será como salário indireto, e o povo quando tem um a mais fará o que se espera, logicamente, gastar. Multiplique isso por todos os países no mundo e a crise acabará como num passe de mágica. Quando voltar a cobrar os impostos, o governo terá de volta tudo o que perdeu para fugir da crise.
Lembrem-se, poupem e comprem com moderação... só assim sairemos da crise.
A VIDA É UM INFERNO NUMA SOCIEDADE METONÍMICA, METAFÓRICA E EUFÊMICA COMO A NOSSA SOCIEDADE CARIOCA 3
A SOCIEDADE IRÔNICA E EUFÊMICA
Não bastasse conviver com todo tipo de máscaras, ainda temos que aceitar a ironia e o eufemismo de todo lado. Mesmo que de maneira despropositada, há muita gente tentando amenizar qualquer tipo de catástrofe, exemplo disso foi o dirigente máximo da nação dizer que a crise da economia seria um tsunami no primeiro mundo, mas aqui seria somente uma marolinha.
O governador Cabralzinho e seu capataz Beltrame praticamente dizem que seus policiais sobem o morro e largam um monte de cadáveres lá porque não há como se fazer omelete sem quebrar alguns ovos. É a tal política de enfrentamento burocrática e de repartição pública. Eu explico, burocrático porque não se vê o uso de inteligência para debelar o tráfico sem precisar do confronto, e de repartição pública porque após as dezessete horas os policiais batem o cartão e vão embora. Resultado: a população do lugar conflagrado fica exposta durante o dia aos tiros dos traficantes locais contra os PMS e depois fica à mercê da própria sorte, quando os traficantes de facções rivais tentam se aproveitar da fragilidade do grupo dominante e invade a favela para tomar as rédeas e controlar o mercado de drogas local.
Outro eufemismo que costuma dar nos nervos é quando se fala nas crises na saúde e na educação. O futuro prefeito diz que vai acabar com a aprovação automática, quando na verdade ele vai apenas camuflar algumas deficiências do sistema educacional do município, que é o mesmo de todos os outros municípios do Brasil. Enquanto os professores ganharem salários infames e não forem verdadeiramente capacitados para o trabalho nesses novos tempos, de nada adiantará a farta distribuição de laptops que foi feita lavando-se uma boa grana. Tem professor que ainda não sabe ligar o dito cujo, outros que sabem até ligar, mas usá-los são outros quinhentos. Outros mais não conseguem desligar o notebook, alguns vêm com o Windows Vista, que é complicado para iniciantes. Enfim, bastava-nos só um palmtop, com ele se pode fazer tudo o se faz (em termos de educação) com um laptop, porém oitocentos reais a menos no preço e quatro quilos a menos no peso.
Na saúde convivemos com a dengue, e o disk-dengue foi desativado por causa do excesso de ligações. Não sei se isso é piada de humor negro ou se é mais um eufemismo ou ironia daqueles sem-vergonha (os responsáveis por desativar o serviço, lógico). Outra amenização catastrófica é a de que as três esferas de poderes se juntarão para debelar o mosquito da dengue, e que a epidemia será menor. Ora, se haverá epidemia, como pode ser menor, epidemia é epidemia e se bobear vira pandemia e se bobear ainda mais pandemônio. Ora, se algum dia os três governantes executivos se juntarem, as chances de sucesso será imensa, mas sem a população fazer o seu trabalho de nada adiantará o esforço. Mas a população é embalada no soninho eterno, paparicada demais... Esse populismo acaba estragando todo tipo de esforço.
Bem, paro por aqui, porque meu pessimismo shopenhauerano já está atacando a minha azia, e meu médico recomendou-me desestressar para debelar a minha síndrome do stress. Por isso, lembre-se sempre: ponha sua máscara, dê risadas das palaçadas alheias, chore com quem sofre e amenize seu sofrimento. Seja: metonímico, metafórico e irônico-eufêmico. E seja feliz!
Não bastasse conviver com todo tipo de máscaras, ainda temos que aceitar a ironia e o eufemismo de todo lado. Mesmo que de maneira despropositada, há muita gente tentando amenizar qualquer tipo de catástrofe, exemplo disso foi o dirigente máximo da nação dizer que a crise da economia seria um tsunami no primeiro mundo, mas aqui seria somente uma marolinha.
O governador Cabralzinho e seu capataz Beltrame praticamente dizem que seus policiais sobem o morro e largam um monte de cadáveres lá porque não há como se fazer omelete sem quebrar alguns ovos. É a tal política de enfrentamento burocrática e de repartição pública. Eu explico, burocrático porque não se vê o uso de inteligência para debelar o tráfico sem precisar do confronto, e de repartição pública porque após as dezessete horas os policiais batem o cartão e vão embora. Resultado: a população do lugar conflagrado fica exposta durante o dia aos tiros dos traficantes locais contra os PMS e depois fica à mercê da própria sorte, quando os traficantes de facções rivais tentam se aproveitar da fragilidade do grupo dominante e invade a favela para tomar as rédeas e controlar o mercado de drogas local.
Outro eufemismo que costuma dar nos nervos é quando se fala nas crises na saúde e na educação. O futuro prefeito diz que vai acabar com a aprovação automática, quando na verdade ele vai apenas camuflar algumas deficiências do sistema educacional do município, que é o mesmo de todos os outros municípios do Brasil. Enquanto os professores ganharem salários infames e não forem verdadeiramente capacitados para o trabalho nesses novos tempos, de nada adiantará a farta distribuição de laptops que foi feita lavando-se uma boa grana. Tem professor que ainda não sabe ligar o dito cujo, outros que sabem até ligar, mas usá-los são outros quinhentos. Outros mais não conseguem desligar o notebook, alguns vêm com o Windows Vista, que é complicado para iniciantes. Enfim, bastava-nos só um palmtop, com ele se pode fazer tudo o se faz (em termos de educação) com um laptop, porém oitocentos reais a menos no preço e quatro quilos a menos no peso.
Na saúde convivemos com a dengue, e o disk-dengue foi desativado por causa do excesso de ligações. Não sei se isso é piada de humor negro ou se é mais um eufemismo ou ironia daqueles sem-vergonha (os responsáveis por desativar o serviço, lógico). Outra amenização catastrófica é a de que as três esferas de poderes se juntarão para debelar o mosquito da dengue, e que a epidemia será menor. Ora, se haverá epidemia, como pode ser menor, epidemia é epidemia e se bobear vira pandemia e se bobear ainda mais pandemônio. Ora, se algum dia os três governantes executivos se juntarem, as chances de sucesso será imensa, mas sem a população fazer o seu trabalho de nada adiantará o esforço. Mas a população é embalada no soninho eterno, paparicada demais... Esse populismo acaba estragando todo tipo de esforço.
Bem, paro por aqui, porque meu pessimismo shopenhauerano já está atacando a minha azia, e meu médico recomendou-me desestressar para debelar a minha síndrome do stress. Por isso, lembre-se sempre: ponha sua máscara, dê risadas das palaçadas alheias, chore com quem sofre e amenize seu sofrimento. Seja: metonímico, metafórico e irônico-eufêmico. E seja feliz!
A VIDA É UM INFERNO NUMA SOCIEDADE METONÍMICA, METAFÓRICA E EUFÊMICA COMO A NOSSA SOCIEDADE CARIOCA 2
A SOCIEDADE METAFÓRICA
Em uma sociedade onde o exagero faz parte do dia-a-dia, onde o sensacional é normal, quando todos têm que ser extraordinários e fazer coisas de grande vulto, e principalmente, têm que ser famosos as metáforas transbordam.
Na verdade somos zorros, batmans, etc. qualquer um desses mascarados. Vivemos fingindo ser o que na realidade não somos, mesmo em casa para os familiares usamos a metáfora de sermos aquilo que os outros querem que sejamos. Imagine então nos outros ambientes sociais, como no clube, no trabalho, na igreja, etc. somos eternos mascarados, e o pior com uma máscara para cada ocasião.
Não é de espantar que quando as máscaras caem ficamos estarrecidos com o que vemos, como no caso do hebiatra (médico que cuida de pré-adolescentes e adolescentes) de São Paulo que era na verdade um inveterado pedófilo, ou hebiófilo... ou como nos vários banqueiros e políticos ‘insuspeitos’ que acabam atrás das grades devido a delitos inimagináveis. Aí não dizemos: Logo aquele santo homem? Esse mundo está perdido! Aquele Hércules, aquele sábio! Nossa! O que será então de nós reles mortais?
Porém, quando ocorre mais perto do nosso cotidiano, aí sim nos estarrecemos... por mais que a gente não creia, aquele vizinho que era pai exemplar e marido de conduta quase ilibada, se revela gay; o outro, largou mulher e filhos e foi viver com uma mulher que acabou de conhecer; a vizinha que na madrugada sai para trabalhar cuidando de idosos, mas na verdade é só disfarce e ela faz programas para sobreviver; e o jovem que é educado e gentil e foi pego usando drogas? Aí sim, aquelas frases de espanto acima se aplicam.
Não que o mundo esteja perdido, é que a nossa sociedade é tão hipócrita que só usando máscaras e vivendo vidas metafóricas conseguimos sobreviver a ela. Seria bom se todos pudessem se expressar sem medo de ofender, ou serem ofendidos por isso. Mas não é bem assim. A sociedade brasileira é preconceituosa, discrimina (social, sexual e racialmente) todos os grupos menores. A segregação tem sido a regra e não a exceção nesse jogo de metáforas que somos obrigados a atuar diariamente.
A título de curiosidade, atire a primeira pedra aquele que nunca discriminou ou pré-julgou ninguém! Por isso, na próxima postagem falaremos das mil e uma formas de amenizar o que na verdade queremos falar e fazer.
No próximo post, a sociedade eufêmica.
Em uma sociedade onde o exagero faz parte do dia-a-dia, onde o sensacional é normal, quando todos têm que ser extraordinários e fazer coisas de grande vulto, e principalmente, têm que ser famosos as metáforas transbordam.
Na verdade somos zorros, batmans, etc. qualquer um desses mascarados. Vivemos fingindo ser o que na realidade não somos, mesmo em casa para os familiares usamos a metáfora de sermos aquilo que os outros querem que sejamos. Imagine então nos outros ambientes sociais, como no clube, no trabalho, na igreja, etc. somos eternos mascarados, e o pior com uma máscara para cada ocasião.
Não é de espantar que quando as máscaras caem ficamos estarrecidos com o que vemos, como no caso do hebiatra (médico que cuida de pré-adolescentes e adolescentes) de São Paulo que era na verdade um inveterado pedófilo, ou hebiófilo... ou como nos vários banqueiros e políticos ‘insuspeitos’ que acabam atrás das grades devido a delitos inimagináveis. Aí não dizemos: Logo aquele santo homem? Esse mundo está perdido! Aquele Hércules, aquele sábio! Nossa! O que será então de nós reles mortais?
Porém, quando ocorre mais perto do nosso cotidiano, aí sim nos estarrecemos... por mais que a gente não creia, aquele vizinho que era pai exemplar e marido de conduta quase ilibada, se revela gay; o outro, largou mulher e filhos e foi viver com uma mulher que acabou de conhecer; a vizinha que na madrugada sai para trabalhar cuidando de idosos, mas na verdade é só disfarce e ela faz programas para sobreviver; e o jovem que é educado e gentil e foi pego usando drogas? Aí sim, aquelas frases de espanto acima se aplicam.
Não que o mundo esteja perdido, é que a nossa sociedade é tão hipócrita que só usando máscaras e vivendo vidas metafóricas conseguimos sobreviver a ela. Seria bom se todos pudessem se expressar sem medo de ofender, ou serem ofendidos por isso. Mas não é bem assim. A sociedade brasileira é preconceituosa, discrimina (social, sexual e racialmente) todos os grupos menores. A segregação tem sido a regra e não a exceção nesse jogo de metáforas que somos obrigados a atuar diariamente.
A título de curiosidade, atire a primeira pedra aquele que nunca discriminou ou pré-julgou ninguém! Por isso, na próxima postagem falaremos das mil e uma formas de amenizar o que na verdade queremos falar e fazer.
No próximo post, a sociedade eufêmica.
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