quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A BATALHA URBANA PELO TERRITÓRIO APENAS COMEÇOU



Engana-se quem acha que a ‘retomada’ do controle do Complexo do Alemão foi uma vitória definitiva das forças públicas contra o narcotráfico e o que chamo de drugbusiness. Foi apenas uma resposta pontual a um desafio perpetrado por uma facção aos poderes públicos. Sem, necessariamente, ter sido a resposta correta e exemplar. Explico: não houve retomada total de território e nem a aniquilação da facção e do poderio bélico e financeiro da quadrilha.



O que notamos foi a total incompetência do Governo do Estado do Rio de Janeiro em lidar com a criminalidade. Não falo deste governador que está aí, mas de tantos outros que fizeram vistas grossas para a ocupação de territórios pelas facções. Vendo o filme nacional Assalto ao Trem Pagador, que é da década de 1960, noto que já naquela época já existia uma certa ‘organização’ do crime. Hoje, o que chamam de crime organizado, nada mais é do que barbárie.



Digo que o crime é desorganizado porque não vejo uma hierarquia de fato, é um ‘cada um por si’, e para causar danos, convenhamos, não é preciso organização. Destruir é muito mais fácil do que construir, todos sabemos. As imagens da televisão mostram um bando desorganizado correndo atrás de outro bando desorganizado. Concluímos então que não é a organização do crime que dá trabalho e sim a desorganização do aparato policial.



Muitos dirão que foi um sucesso a invasão e a contensão do crime nos morros ocupados. Porém, pergunto: Quantos foram presos em relação à quantidade que vimos escapulindo pela mata? Quantos fugiram e escafederam pelo esgoto? Quem afinal de contas venceu a batalha afinal? Será que só os moradores do lugar ficarão satisfeitos enquanto o resto da cidade terá que pagar? Uma vez que os bandidos migraram para outras favelas, será que o bem venceu mesmo?



Governantes, olhai por nós!!!

sábado, 4 de dezembro de 2010

A DISTÂNCIA ENTRE O HOMEM E A NATUREZA

Vivemos em uma época difícil, apesar de tantas informações espalhadas pela mídia a ignorância prevalece. Há pouco tempo atrás foi a gripe suína que assolou o mundo, agora temos a super-bactéria e os surtos de cólera. E num futuro muito próximo haverá mais doenças antigas voltando à tona.

A verdade é que apesar dos avanços na medicina e na indústria farmacêutica o que vemos é a natureza vencer todos os esforços da humanidade. Mas isso se dá porque cismamos que temos que viver a parte da natureza, quando o certo seria estarmos caminhando juntos e cooperando para que nenhum dos dois se extinguisse.

Em relação à KPC, bactéria resistente a quase todos os antibióticos existentes, parte da culpa é da classe médica que receita antibióticos para quase qualquer coisa. Outro grande culpado é o setor farmacêutico que vende facilmente antibióticos para qualquer um sem critério, quando o certo seria exigir receita e mesmo com elas, analisar se são necessários.



Quando não conseguimos remediar por conta própria as nossas doenças, procuramos um médico. Aí, esbarramos em dois problemas distintos: primeiro a falta de médicos nas redes públicas e particulares e segundo na competência do médico que irá nos atender, haja vista a quantidade de falsos médicos nos hospitais particulares.

Chegamos à conclusão de que tudo é feito para desviar o foco da verdadeira questão. Por exemplo: quando criaram as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), a idéia era desviar o foco, tirar a luz de cima dos hospitais públicos sucateados e funcionando a meia-boca e jogar luz em um projeto que viria a ser a salvação da lavoura. Só que essa salvação não veio e ficamos com mais lugares sem médicos e com péssimos atendimentos.

Agora veio a super-bactéria, imune aos antibióticos e se alastrando a torto e à direita. E apesar dos esforços das autoridades em dizer que não há casos em que houve óbitos, sabemos que ela já vem matando bastante. Só que no atestado de óbito vem os genéricos: infecção hospitalar, mal-súbito ou pneumonia. O que serve para camuflar o que acontece na verdade.



É verdade que esta bactéria não é transmissível pelo ar, nem por simples contato físico. É preciso que haja uma incisão para que ela penetre no corpo de algum ser humano e que este esteja bastante debilitado devido a uma doença ao estado pós-operatório. Mas é assustador saber que existe algum inimigo que está além das capacidades mortais de nossas armas químicas.

Sonho com o dia e que nosso sistema de saúde e de educação entrem em sintonia e a prevenção venha na frente do tratamento. Também creio na informação/informatização como solução para as mazelas do país. Mas, parece que nossos governantes ainda estão no século XIX e acabaram de descobrir a vacina... Aquela: vacinia vacum... A cura do pus da vaca. É muito triste para ser levado na sacanagem.

Governantes, olhai por nós!

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